A morte do entretenimento no cinema ocidental?

Há hoje uma regra que vinga no cinema de ação ocidental, ou de hollywood, se preferirem: a de que quanto mais se aproximar da realidade, melhor serão as sequências de porrada e explosões. Ora, quanto a mim este é o pior rumo a tomar. O cinema enquanto entretenimento não se pode tornar muito sério – ter uma ou outra referência política, algumas mensagens subliminares, críticas à sociedade, etc? Ok, no problem. Mas querer que cenas de pancadaria e explosões sejam o mais próximo da realidade é afastar do cinema de entretenimento aquilo que ele tem de melhor, que é escapar à própria realidade. Quando vejo filmes como o Battle Los Angeles não quero ver elegias aos Marines Norte-Americanos nem propaganda fácil ao ideal de liberdade de um império em ruínas. Queria sim ver um filme em que aliens invadiam a Terra, raios laser trespassavam humanos, descobrir que os aliens afinal faziam parte de uma máfia inter-estelar que ocupava planetas para lhes controlar recursos naturais, e que eram esses próprios aliens, com a sua tecnologia extremamente elevada, capaz de os fazer não só viajar através do espaço como através do tempo, que manipulavam as formas de vida nos planetas de forma a que quando regressassem a maioria do trabalho já estava feito, tentando sempre não deixar essas civilizações evoluir demasiado para ser mais fácil evitar problemas… Queria ver qualquer coisa assim, não queria ver um filme tão “sério” sobre aliens porque não era essa a premissa que passava pelos trailers, nem muito menos ver um filme que só pretende passar a ideologia morta de que os americanos são os maiores e que sem eles não há liberdade no mundo. Ainda há 2 anos saiu o District 9, e se querem fazer um filme de aliens que se aproxime da realidade, podem começar por aí. E mesmo esse filme não se levou tão a sério quanto este Battle L.A., e é essa uma das razões pela qual ele é tão bom, na minha opinião.

Deixo-vos com um video sobre um género de ação que se perdeu na viragem dos anos 80 para os 90. Era esta ação, muitas vezes nonsense, que fazia com que saíssemos do cinema com um sorriso na cara pensando que tudo era possível, e mesmo que tudo não fosse possível, naquela hora e meia tinha sido. Sim, este vídeo é exagerado. Mas quem não se rir com isto tem sérios problemas de humor.