From Oceans To Autumn – Calmed by the Tide [Forgotten Empire, 2007]
Não ando desalmadamente à procura de bandas que tenham Isis ou Cult of Luna como referências, não ando. Mas, admiro tanto estas duas que não consigo evitar ouvir novos rebentos do mesmo género musical que as apontem como inspirações. Neste caso, pouco me atraiu. Talvez volte a ele em breve…

Lento – Earthen [Supernatural Cat, 2007]
Há uns tempos criei um tópico todo excitado sobre este álbum. Não me arrependo nadinha. Hoje ainda roda regularmente e para mim é capaz de ser o melhor álbum instrumental do ano.

Lobster – Sexually Transmitted Electricity [Bor Land, 2007]
Quando ouço os Lobster não consigo esquecer nem separar o facto de serem portugueses e o orgulho que sinto nisso. O som que praticam não é novidade e lá fora há imensas bandas parecidas, mas que interessa isso? Quem os acompanha desde cedo conhece a pujança deste duo, sobretudo ao vivo. E é isso. Este primeiro álbum não serve muito mais do que registar “oficialmente” tudo o que os Lobster têm vindo a fazer. É o passo lógico, é o colocar a banda num mapa mais abrangente sendo a Bor Land a plataforma ideal. A minha sugestão é: não parem, não parem de tocar. Até num wc já deram um concerto e a “cena” é essa, ao vivo é que os Lobster valem. Não falei muito do álbum pois não? Olhem para as duas pirocas na capa, isso basta.

Maninkari – Psychoide-Participation Mystic EP [Conspiracy, 2007]
Depois do que li, esperava mais deste EP. A Conspiracy apostou tanto nestes parisienses que até contratou Justin Broadrick (Jesu) e Robin Rimbaud (Scanner) para fazerem as suas próprias versões e, quem sabe, daí ganhar alguma publicidade. Vou dar mais algumas oportunidades até porque o selo Conspiracy costuma ser sinónimo de qualidade.


MGR – Wavering on the Cresting Heft [Conspiracy, 2007]
E por falar em Conspiracy, eis o terceiro álbum do projecto a solo de Mike Gallagher (Isis). Este é daqueles discos que mereciam o seu próprio cantinho mas já aqui falei várias vezes sobre ele e a verdade é que não há muito a dizer, apenas escutar. Foi desenvolvendo o seu próprio estilo e este seu projecto Mustard Gas and Roses (nome retirado de um livro de Kurt Vonnegut) é o seu escape. E o meu. E o de muita mais gente. É um dos meus músicos preferidos, são poucos os que idolatro mas este é um deles. Escuridão melancólica desenhada a guitarra. Perfeito!

Burial – Untrue [Hyperdub, 2007]
Excelente disco deste produtor mistério londrino. Não vou falar do que não domino/ percebo mas este é o disco ideal para quando estão com os v/ amigos da “noite” e nada têm em comum, musicalmente falando. Dizem que isto se chama dubstep mas o que eu sei é que quem gosta de house, r&b, soul vai certamente apreciar este Untrue. Mas não só, um bom ouvido (coff coff) também grama isto. Consumir de preferência à noite.


Miasma and the Carousel of Headless Horses – Manfauna [Southern, 2007]
Assim muito resumidamente, as Latitudes Sessions são gravações únicas de bandas geralmente de passagem por Londres que a convite da Southern utilizam o seu estúdio. Essas mesmas gravações dão origem a álbums super limitados e não voltam a ser re-editados. Coisa rara portanto. Neste caso, os Miasma (de Daniel-um-dos-gajos-mais-“in”-do-underground-londrino-da-actualidade-O’ Sullivan dos Guapo, Aethenor) oferecem, em 21 minutos, um ritual inspirado no oculto. Mas esqueça-se que isto foi gravado em Londres e que os Miasma são londrinos, tudo isto soa a campo… à noite mais escura do campo.

Moss / Monarch – Split [Rise Above Records, 2007]
Duas bandas porreiras mas todos nós passávamos bem sem isto. É claro que prefiro ouvir a Emilie dizer que está com tesão em vez do vocalista dos Turbonegro mas…next.


Rainbow of Death – 10′ [Solitude Records, 2007]
Os Rainbow of Death não são nada mais do que os próprio Monarch (e uns amigos vá) em versão trash. Este 10” está longe de ser interessante mas se tivessem outras condições de gravação talvez o resultado fosse uns pontos acima. De qualquer maneira, o arco-íris não durou muito. Já acabaram…

Sic Alps – Pleasures and Treasures [Animal Disguise, 2006]
Os Sic Alps são um duo de São Francisco (cidade que parece estar na moda com este “tipo” de sonoro) composto por Mike Donovan e Matthew Hartman ambos ex-Coachwhips e por vezes acompanhados por Bianca Sparta das Erase Errata (já acabaram ou nunca mais ouvi falar delas?) e Adam Stonehouse dos Hospitals, e este “Pleasures…” já foi gravado em 2004. A razão por só ter sido descoberto uns anos depois não se entende muito bem mas o que interessa é que foi. Psicadelismo, delinquência riffal, desconstrutivismo… este álbum é uma festa marada e é isso que se espera no próxima dia 7 no Porto e dia 9 em Lisboa. Uma coisa é certa: ou se adora ou se odeia, não há cá meio-termo.

Six Organs Of Admittance – Shelter From The Ash [Drag City, 2007]
Ben Chasny é um Senhor, não há dúvidas disso, e regressa agora com mais um álbum, o terceiro em três anos. É talvez o disco com mais paisagens que ouvi ultimamente mas o mesmo não quer dizer que seja um elogio. Não surpreende, não arrisca nem traz muito de novo e se tivermos em conta que os álbuns anteriores ainda estão tão frescos não é de admirar que se deixe este de lado. Aliás, com um artwork destes nem vontade dá de o comprar. É um “abrigo” fraquinho, mas só quando comparado com os anteriores.Strings of Consciousness – Our Moon is Full (2007)
Os Strings of Consciousness são um colectivo de catorze músicos baseado em Marselha (o baterista londrino Dave Smith dos Guapo é um deles) e este “Our Moon is Full” o primeiro passo para o reconhecimento merecido. Atenção fãs de pós-rock: aqui finalmente ouve-se algo novo, não é mais uma banda chatinha a imitar os Mogwai ou os EITS. Strings of Consciouness é um trocadilho com Stream of Consciouness, o que é o mesmo que dizer, neste caso, “gravação espontânea com o objectivo de demonstrar a experiência crua do visado/ performer”. Os SoC assumem-se como banda instrumental mas a experiência não seria completa sem a presença dos vocalistas convidados: Eugene Robinson (Oxbow) e Pete Simonelli (Enablers) são alguns deles e dão uma aura diferente ao álbum. Não sei se a fórmula é propositada mas aqui só se ouve a poesia destes num formato spoken-word e talvez seja esse o único defeito, não pelo registo spoken-word em si, o qual gosto bastante, mas pela falta de diversidade. Tirando esse pormenor (sublinhe-se), este álbum vale a pena ser escutado calmamente, a recompensa é merecedora.

The Dillinger Escape Plan – Ire Works [Relaspse, 2007]
Deixei o novissímo dos DEP para o fim pois não sei o que posso dizer a não ser “OUÇAM-NO!!!”. Mestres do mathcore e conhecidos pela sua rapidez e técnica de execução dos seus instrumentos, este “Ire Works” não desilude mas é também uma chapada aos puristas. Digo isto pois aqui há ingredientes de emocore, electrónica e derivados e… ainda bem. Chamem-lhes de temas comerciais se quiserem, não tenho nenhum problema com isso. Ou acusem Greg Pucciato de se colar a Mike Patton, também não tenho nenhum problema com isso. O que eu digo é que não vacilaram com a saída de Chris Pennie (Gil Sharone substituí-o muito bem) e fizeram um dos melhores álbuns de metal do ano. Não é melhor que “Miss Machine” porque esse álbum marcou-me mas foda-se, que pujança!!! Procurem “caos” e “viciante” no dicionário, está lá o nome desta banda. Próximo concerto em Londres? oo/