A rodar…
Katabatic – Vago EP [Ed. Autor, 2007]
Os lisboetas Katabatic juntamente com os Riding Panico e os The Allstar Project são um dos projectos mais interessantes do pós_______ (inserir categoria preferida) instrumental português. Vago, este primeiro trabalho, é um pontapé de saída muito positivo e, espero eu, o começo de uma grande banda. Acreditava mais facilmente se me dissessem que este EP tinha sido escrito numa qualquer planície alentejana em vez da stressada Lisboa tal é o isolamento e o relaxe que nos provoca quando o ouvimos, sobretudo de phones. É um vento morno de um pôr-do-sol isolado para fãs de bandas como os neozelandeses Jakob ou dos australianos Laura. Estou muito curioso em relação aos próximos passos que a banda vai dar. Mas, mais curioso estou, é para ver como tudo isto resulta ao vivo. Brevemente no Porto…
Tesa – Nekad [OSK, 2007]
Interessa-me saber as origens das bandas, curiosidade apenas. Os Tesa, cujo nome já deu origem a certas piadas, são de Riga, Letónia mas podiam ser primos americanos dos Isis, primos suecos dos Cult of Luna ou primos suíços dos Shora. Podiam, mas não são. Ah, e “Nekad” significa “Nunca”, pelo menos isso já aprendi. As referências citadas são óbvias mas gosto de pensar que as águas geladas do báltico são uma fonte de inspiração. Talvez sejam… Obrigatório!
Konono No.1 – Congotronics [Crammed, 2005]
Não conheço muitos músicos ou bandas africanas mas a vontade de explorar novos territórios e culturas musicais é muita. Neste caso, o que mais me despertou foi o facto de eles criarem os seus próprios instrumentos, queria ver a junção DIY misturada com a típica/ tradicional africana. Quanto ao som, o som é uma celebração, é como se o Carnaval se mudasse do Rio para Kinshasa. E Pedro, creio que tens razão, ao vivo é que isto deve render.
La Ira de Dios – Archaeopterix [Nasoni, 2006]
E depois de Lisboa, Riga e Kinshasa, eis que chego à América do Sul, Peru mais propriamente. Lá dos altos dos Andes chega-nos este trio com o seu space-rock psicadélico cantado em espanhol, claro. Tanto cheira a Setentas como a Kraut como a Stoner, es una fusión do caralho de una banda do caralho jajajajaja…
Gnaw Their Tongues – Reeking Pained and Shuddering [Aurora Borealis, 2007]
Recomendaria esta banda holandesa a fãs de Khanate e afins mas comparar os Gnaw com a ex banda de SOMA é comparar uma milícia militar com um recreio infantil. Uma metáfora vale o que vale, mas não se brinque com coisas sérias pois se os Khanate que para mim até são relaxantes, estes Gnaw mexem-me com o sistema nervoso. Melhor, mexiam, é que neste momento já estou possuído. E digo mais: se vocês forem malta de muitos pecados, ao menos já sabem o que vão a ouvir a caminho do inferno.
Skip James – The Complete Early Recordings [Yazoo, 1994]
Quem não conhece o Skip James não merece os ouvidos que tem. Aquele falsetto, aquela maneira de tocar, as letras e, porque não, a própria qualidade de gravação fazem-nos sentir a verdadeira alma dos blues. Se pudesse viajar uma única vez no tempo, seria para ver este homem com a sua guitarra. Amén. Ah, e quem não conhece o Skip James não merece os ouvidos que tem.
Teeth Of Lions Rule The Divine – Rampton [Southern Lord, 2002]
Só agora ouvi este super projecto composto pelo mestre Stephen O’Malley (Sunn 0))), Khanate, etc), Justin Greaves (Iron Monkey, Electric Wizard), Greg Anderson (Sunn 0))), Goatsnake, etc) e Lee Dorrian (Cathedral, Napalm Death) e é pena que só tenham este na discografia. É tão poderoso e desolador que fico com vontade de mais e mais. Mas, uma coisa tenho a certeza: não ia querer estar na mesma sala que estes senhores e os seus amplificadores. Já agora, se com os “Gnaw…” descobri o som do caminho para o inferno, aqui na “New Pants and Shirt” fiquei a saber como é a voz do diabo.