Christian Fennesz & Ryuichi Sakamoto – Cendre (2007)
Este é um daqueles álbuns que merecia um espaço só para si, mas por mais contraditório que isto possa parecer, é um álbum para se ouvir, sentir e não para se falar. É um álbum que marcará 2007, um acontecimento histórico.

Colleen – Les Ondes Silencieuses (2007)
Colleen…Colleen…Colleen… nem imaginas o quanto me arrependo de não ter ido ao Rivoli, esse concerto ainda me está atravessado na garganta.
Cécile Shott regressa com o seu terceiro álbum, um álbum triste, melancólico, outonal, um álbum que deve ser servido num final de tarde chuvoso e com o céu pintado de cinzento, não com este sol que me acompanha nestas linhas. É, portanto, bastante diferente de “Golden Morning Breaks” tanto na maneira de compor (aqui não há loops nem samples) como nos instrumentos utilizados. O violoncelo está lá, claro, a guitarra também, efeitos criados com copos de cristal, mas as “estrelas” são os instrumentos pelos quais Cécile se apaixonou recentemente e que dão uma nova magia ao seu som: a espineta (uma espécie de piano mais pequeno) e outro instrumento do Barroco, a viola da gamba. “Les Ondes Silencieuses” poderá significar várias coisas embora o seu verdadeiro significado só ela o sabe. No entanto, o que realmente interessa é que este é mais uma obra de arte feita pela nossa parisiense preferida.Lisabö – Ezlekuak (2007)
Ainda não tive tempo para pesquisar sobre estes tipos mas se o que interessa é a música então posso dizer que estes espanhóis de Irún estão a ser uma agradável surpresa. Saquei o álbum num blog que os descrevia como post rock e post metal e até concordo, mais pela primeira definição. Ainda por cima cantam em basco o que dá um novo ar à “cena”. Estou a gostar. É daqueles álbuns em que não se fica completamente agarrado mas também é porreiro q.b. para não se deixar passar ao lado. A descobrir…Pagoda – Pagoda (2007)
Em “Last Days” Michael Pitt interpretou um músico claramente inspirado em Kurt Cobain. Agora dedicou-se à música mas mesmo assim não deixou a flanela nem os tiques do falecido vocalista dos Nirvana para trás. Apetecia-me descascar em cima destes Pagoda, apetecia mesmo, mas gosto do Pitt como actor e tenho a certeza de que é honesto no que faz. Apesar de apadrinhados por Thurston Moore, não trazem nada de novo e o álbum é no geral uma seca tremenda mas todos nós temos direito a fazer o que queremos e nesse aspecto não o posso criticar. Panda Bear – Person Pitch (2007)
O álbum do momento, o hype do momento em Portugal. Talvez haja uma exagerada euforia por ter sido criado aqui, até já o consideram português como se Lisboa fosse responsável por tal feito. Pode ter influenciado, como tudo na vida, mas nesta altura do campeonato já toda a gente sabe a história de Noah Lennox e não vale a pena repetir. Vale sim, dizer que este é um álbum que merece ser ouvido e explorado em todas as suas texturas embora hoje em dia seja raro um álbum isento de inspirações ou influências. Consegue-se sentir a presença da banda de Noah – os Animal Collective –, os Beach Boys mas o que mais sentimos são os nossos passos inseguros como quem não tem a certeza do que está a ouvir. O que eu sei é que este é um álbum que nos aconchega e aquece num mundo colorido, e aposto que se todos nós puséssemos este Person Pitch a tocar ao mesmo tempo, o frio ia-se embora e o sol da Primavera voltava de vez.