Amplificasom 2006-2012 por Ana Beatriz Rodrigues
Usamos isto com frequência, mas com que real veracidade é que podemos utilizar o vocábulo “família” para definir uma produtora de eventos que, na verdade, é muito mais do que isso?
Lembro-me, quando ainda morava a uns quilómetros da cidade invicta, de ter vindo (tardiamente, bem sei) ao primeiro evento da Amplificasom. Foram os Isis, no Teatro Sá da Bandeira, que me assolaram – qual redemoinho – o bater cardíaco.
Sei que, regra geral, em cada evento Amplificasom, irei encontrar as mesmas caras: caras que, como eu, são sedentas por música; caras que, como eu, são abertas às mais diferentes sonoridades. Caras que, como eu, aproveitam cada concerto como ele deve ser aproveitado: como uma experiência singular, impossível de repetir… Ah, a viagem psicadélica de Sun Araw (que saudades!), o transe dos OM, o bucolismo pueril dos dedos do Glenn Jones, o outro espaço dos Part Chimp, as lágrimas que Boris fizeram escorrer, ou a aura única da Matana Roberts. Podia aqui continuar, mas sei que há tanto por vir. Basta ter em mente que um Amplifest com Godspeed You! Black Emperor, ou White Hills está já aí. E basta ter em mente que nós todos fazemos e somos a Amplificasom. Portanto, estamos todos de parabéns: que vejamos as mesmas caras (e muitas, muitas mais) nos próximos concertos.