Amplificasom 2006-2012 por Jaime Manso
Pediram-me, a respeito de uma tal celebração de um certo aniversário, que me expressasse acerca da Amplificasom… A ironia é que para falar da Amplificasom tenho, obrigatoriamente, que falar de mim.
Onde tudo começou…
Vá lá, esqueçam a ideia que vos vou pregar a seca de vos contar a minha vida. Não.
Aqui há uns anos atrás, estudava Biologia Aplicada em Braga e tinha um grupo de amigos que se juntava na casa de uns deles, todos os santos dias. Nessa casa traficava-se música e, como a certo momento saiu um filme chamado – A Cidade de Deus – e, como traficávamos Gigabytes de música por noite, baptizou-se (sim estou no desacordo ortográfico) a humilde casa como “Boca”.
Paralelamente e, de gostos similares aos nossos, estavam uns senhores a planear organizar concertos no Porto e a frequentar os mesmos concertos que a gente ia.
… Tra-la-la band – muitas são as histórias destes tempos que podiam ser contadas e, como prometi hoje a quem Amo, vou escrever livros e deles um será dessas. Mas temos de avançar, temos.
Pronto, o que é aqui importante dizer é que mergulhamos milhares de horas, sim milhares, durante quatro anos a ouvir post-rock ou lá o nome que deram à música que escutávamos.
Certa noite, entre apontamentos de botânica, copos, bolachas Maria e leite achocolatado achamos providencial que fazer um festival só nosso é que era. Eu, o mais crente ou idiota, fiz o festival. Foi um maravilhoso insucesso, o muB08.
Isto levou a que um dia recebesse uma chamada de um certo e determinado indivíduo que fazia concertos como eu.
Depois houve um almoço.
E assim conheci a Amplificasom.
Assim começou uma grande amizade e depois outras.
E o que é a Amplificasom?
Um amontoado gigante de enormes e fabulosos concertos? Isis, os sublimes L’enfance Rouge, os desmedidos Russian Circles, Mono, o precipício sonoro This Will Destroy You, a viagem etérea com Lichens ou o encanto desalmar de Thisquietarmy?!?
A Amplificasom podia ser isso tudo, podíamos juntar as fotos do mundo misterioso da Carmo, ou mesmo o sorriso de quem consegue comprar o vinil ou a t-shirt de sonho. Se quiserem ser preciosistas podem também juntar as reportagens, os vídeos e, acima disso tudo, as insónias do André e as dores de cabeça de quem partilha com ele os dissabores e as contas bancárias.
Será então a Amplificasom a ansiedade que sentimos antes do tão almejado concerto, do sorriso que os meninos e meninas da Amplificasom tem sempre para vos dar e, quem sabe, um abraço?!
Os cartazes sempre fantásticos que dão uma óptima colecção?
Os vossos pedidos e sugestões a roçar a exigência de esta ou aquela banda para o Amplifest?
O blog de gajos chatos que escrevem linhas que nunca mais acabam sobre isto e aquilo com a mania de que escrevem sobre isto e aquilo. Diz o roto ao nu.
Nada disso.
Não vou dar os parabéns à Amplificasom.
Poderei, porventura, dar a quem a faz existir, agora à Amplificasom não!
Não se pode dar os parabéns a algo que é intemporal.
A Amplificasom não é nada disto, é muito mais e não de ser maior, mais profundo e essencial.
A AMPLIFICASOM é uma Fábrica de Estados de Espírito!!
Logo, intemporal e eterna, imaterial com vontades de titã.
Considerem-se ilucidados.
Sejam felizes e Amem como que esmurra paredes até se ver os ossos dos nós dos dedos, aí saberão a cor da alma com que nasceu a AMPLIFICASOM.