Assange, Julian Assange. Vilão para uns e herói para outros, é hoje julgado e provavelmente extraditado por um crime que todos sabemos que não cometeu. Foi uma maneira nada subtil dos states reforçarem a ideia que são a maior democracia do mundo e o país mais livre do mundo até se meterem com ele. Mas vejamos os dois lados: numa época em que, quer queiramos ou não, dependemos dos Estados Unidos para a estabilidade ocidental em todas as áreas, fará sentido o “desvio” da correspondência diplomática? Ou o que faltou foi apenas uma filtração do conteúdo por parte de Assange e a sua equipa de forma a evitar polémicas desnecessárias?
Não estou dividido, a recusa de que tudo pode ser considerado segredo de Estado desde que o mesmo assim o determine é bem-vinda e não fossem os Assanges deste mundo e estas notícias não viriam cá para fora pois sabemos que a maior parte da imprensa faz parte de grupos económicos e políticos onde dificilmente têm a liberdade para uma investigação que chegasse perto deste(s) resultado(s).
Enfim, aconteça o que acontecer e façam do Assange um mártir ou não, há uma Internet pré e pós-Wikileaks. Deixo a pergunta: até quando vai continuar a ser um espaço livre e sem regras?