Baal, o senhor álbum
Os Orthodox costumavam ser uma banda de metal, mas tornaram-se muito maiores para ficarem agarrados a qualquer estilo. Neste momento, tudo o que eles têm em comum com o doom ou qualquer espectro metaleiro é o sentido de espiritualidade e da sua busca através de ritos de catarse.
Ao quarto disco, o trio sevilhano move-se novamente no sentido da inovação que faz parte da sua arte. Baal é composto por 5 temas – Alto Padre, Taurus, Iatromantis, Hani Ba’al e Abrase la tierra – onde o riff de guitarra volta a ser senhor do disco. Que não se entenda como um regresso ao passado per se. É doom e stoner sim, é experimental qb, mas sempre numa língua que já é muito característica e própria da banda. Não há maior elogio que este, foram perseverantes na intensidade que os torna genuínos e inimitáveis sobretudo quando Marco Serrato, o vocalista/ baixista, opta por cantar em espanhol.
Para os seguidores talvez não seja uma surpresa, o anterior e despercebido EP “Matse Avatar” trilhou este caminho e até o próprio artwork parece-se complementar. No entanto, a todos os que acharam “Sentencia” estranho ou aborrecido, vão sem dúvida fazer (mais) uma vénia ao trabalho de uma banda que é nos dias de hoje um estímulo cultural.
Em menos de uma semana, os Orthodox pisarão os palcos do Passos Manuel e do Santiago Alquimista em formato quarteto. Concertos do ano.