Ben Frost: A suspensão da descrença
Frost transporta o ouvinte através de uma sinuosa deambulação por entre abismos sensoriais, ora atraído ora repelido por forças antagónicas (o deserto da Austrália e o gelo da Islândia?) que formam um equilíbrio instável e particularmente difícil de descrever. Películas queimadas de ficção científica. Contos tenebrosos de Edgar Allan Poe. Tecnologia “orwelliana”. Distopias de selectividade genética (“Venter”, na senda de Craig Venter). E os instantes sublimes, em crescendo, da faixa “Secant”, capaz de iluminar as demais fendas de um álbum complexo que implica poder de choque e versatilidade.
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