Code 46
Das coisas que mais me dão prazer, e difícil conseguir nos dias que correm, é descobrir algo que nunca tinha ouvido falar e que me faça sentir arrebatado. Talvez seja incúria minha, mas a verdade é que nunca tinha ouvido falar deste filme e só depois descobri que o realizador é o mesmo do filme “9 songs”.
Ora ontem, num zapping despreocupado, apanhei-o a começar num canal de cinema. Num cenário bastante aproximado daquilo que imagino ser o futuro (sim, é um filme sci-fi mas sem efeitos especiais de fantochada), onde o ser humano é “controlado” pelo código genético, Tim Robbins trabalha para uma agência que lida com fraudes, neste caso uma fraude relativa a vistos de viagem que toda a gente precisa para poder sair da sua zona. É nesta sua investigação que conhece Maria Gonzalez (fabulosa interpretação da actriz Samantha Morton), que trabalha como controladora de impressão e destruição dos vistos, e que vem a descobrir que é ela a responsável pela fraude. Só que acaba por se apaixonar pela sua personalidade singular.
Sim, é uma estória de amor. Mas todo o cenário é sobejamente elaborado, desde a mistura da língua inglesa com espanhola, francesa, italiana e outras que não consigo identificar, aos gadgets que tão facilmente podemos conceber num futuro não muito distante, a uma banda sonora totalmente adequada (tirando a música de Coldplay), onde até temos direito a sessão de karaoke com o Mick Jones dos Clash a cantar a Should I stay or should I go. Mas é uma estória também sobre aquilo que define o Homem, sobre a sua relação com o outro, sobre como há algo em nós que não se deixa agrilhoar por qualquer norma, lei ou tradição.
Como os trailers que vi do filme são simplesmente horríveis e em nada o dignificam, deixo-vos com um tema do soundtrack. Não esquecer que este filme é de 2003 🙂
Imdb