Hoje, durante a minha viagem até ao Porto senti-me aborrecido por não ter nada de novo para ouvir. Então regressei ao Let England Shake da PJ Harvey, que já perdi a conta das dezenas de vezes que ouvi até agora. O disco não se esgota e é impressionante a vitalidade de alguém que anda cá há 20 anos e ainda nos surpreende. A este, seguiu-se o Zen Arcade dos Hüsker Dü, e apesar das devidas distâncias (temporais e estilísticas) há um ponto que os une, isto é, são dois discos conceptuais.
Let England Shake gira em torno da guerra, partindo da Primeira Guerra Mundial e traçando linhas paralelas com os conflitos mundiais da actualidade, enquanto o Zen Arcade segue a vida de um adolescente que foge de casa devido ao ambiente familiar que o rodeia mas que cedo descobre que o mundo lá fora é ainda pior.
Estes são apenas dois exemplos de discos conceptuais e, muito recentemente tivemos por cá o espectaculo ao vivo daquele que é um dos mais célebres discos conceptuais do mundo, The Wall dos Pink Floyd.

O disco conceptual foi popularizado com o Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band em 1967 e atravessou as décadas com exemplos brilhantes, desde logo com The Rise And Fall Of Ziggy Stardust And The Spiders From Mars, The Dark Side Of The Moon, Wish You Were Here ou The Lamb Lies Down on Broadway. O conceito foi alargado para o rock mais pesado e por exemplo, Marilyn Manson editou uma trilogia de discos conceptuais que se interligavam entre si também. Os Mastodon também editaram discos que contam uma história e que estão ligados entre si pelos temas que abordam (fogo, água, terra, ar). Os Isis também confessaram utilizar este método para criar os discos, no entanto foram-se recusando a comentar quais seriam as temáticas. O vencedor do Grammy de melhor disco do ano passado também é um exemplo de disco conceptual, The Suburbs dos Arcade Fire.

O disco conceptual parece dar-se bem e parece ser uma forma de atrair as pessoas sem ser pela parte musical que complementa o disco. E vocês, gostam, não gostam ou não querem saber de conceitos? As letras são muito relevantes? Procuram algumas mensagens nelas? Mais, se gostam, qual o vosso disco conceptual preferido?