Converge + Rise and Fall + Animosity – Sala Copérnico, Madrid – 26/06/07
A primeira banda a pisar o palco perante poucos devotos foram os Animosity, banda americana que pauta um Hardcore balançado entre ataques furiosos de Grindcore e a força gutural do Death Metal. Estes jovens demonstraram vontade mas as músicas exigiam alguma distinção por entre ritmos e riffs que se repetiam e acabavam por não deixar marca. Apenas um bom e brutal início que se recorreu sobretudo do álbum Empires.
Os Rise and Fall foram a segunda banda a actuar e simplesmente deixaram a fasquia bem alta para o que os Converge teriam de fazer. Hardcore, Screamo e sobretudo Rock directo e coeso com a banda a entregar-se completamente em palco. Colegas de editora dos Converge existem algumas semelhanças entre o som das duas bandas. A urgência Punk surgiu apoiada por discursos em prol do chamado Straight Edge (também conhecido por sXe) entre outras filosofias e estilos de vida. Durante a actuação destes Belgas já a sala se apresentava relativamente cheia.
Chegada a hora que todos esperávamos nenhuma expectativa foi defraudada. Os Converge são quatro e mal romperam os primeiros segundos sonoros do concerto instalou-se o caos com o público em constante movimento. Jacob Bannon manteve-se quase sempre junto ao público dominando-o com uma prestação vocal excelente e fazendo com que várias vozes se ouvissem sempre que o microfone era direccionado para o moshpit. A banda não parou e os ataques foram sucessivos, Hardcore e Metal extremo saídos das mãos dos pioneiros. Kurt Ballou na guitarra e sobretudo Ben Koller na bateria demonstraram que não é só atitude e rapidez que é feita a música dos Converge – emaranhados de ritmos e melodias fazem do nosso cérebro um processador de alta velocidade rendido e apaixonado perante uma banda tão genuína e intensa. Neste tipo de concertos não se esperam ataques com mais de uma hora e no caso dos Converge foi mais que suficiente para nos deixarem satisfeitos. Como seria de esperar o disco No Heroes foi o prato principal com passagem por temas como “Vengeance”, “No Heroes” ou “Hellbound”. Haveriam ainda de fazer incursão pelo Split-cd com Agoraphobic Nosebleed, por músicas como “Concubine”, “Bitter and then Some”, “Eagles Become Vultures”, “Last Light” ou “Black Cloud”. Um concerto memorável com toda a força que se poderia imaginar.