Cribles: vemos a música ou ouvimos a dança?
”Quando iniciei esta peça, fiz uma aposta poética: observar a dança de roda, uma forma simples do ritual, como uma situação que activa a rememoração de danças bem como a possibilidade de inventar os nossos próprios arquivos. Através desta forma infantil, arcaica, ressurgem festas, rituais sacros, danças nupciais, guerreiras, procissões, pateados, movimentos uníssonos. As histórias de hoje perpassam por estas manifestações. A singularidade surge incessantemente nesta comunidade, o “individual” aparece numa relação dinâmica e dialogal com os outros, tanto como iniciador como conduzido. Esta comunidade sendo indissociável das singularidades que a compõem, é sempre muito mais do que a soma destas.
A união e o apego tornam visível o que se produz em qualquer grupo: as relações de poder, os obstáculos bem como a solidariedade. Por debaixo dos nossos pés, entre os nossos braços, escreve-se história no presente, entre júbilo e medo.
com a arquitectura sonora e espacial. Vemos a música ou ouvimos a dança?”