Diários Emocore
Pois dizem-me que isto se chamava assim. Em 1994 saiu “Diary”, disco de estreia dos Sunny Day Real Estate, que coexistiu com outras coisas que ainda não cheguei a ouvir, como os Jawbreaker e Jets To Brazil. Na verdade, sei muito pouco sobre este estilo de música, pelo que este é mais um post de primeiras impressões do que propriamente um discurso assertivo.
O que gosto mais em “Diary” não pode ser as letras, porque sem o booklet (e ainda dizem que estas coisas estão ultrapassadas…) é difícil perceber o que Jeremy Enigk canta, com a sua voz que parece dissolver-se no ar à medida que arrasta as sílabas. Paradoxalmente, é esta maneira de cantar, e a forma como interage com a sempre irrequietíssima secção rítmica de Nate Mendel e William Goldsmith que se tornam mais fascinantes na música dos SDRE. Aliás, a voz de Enigk parece ter ascendência directa sobre a de Chino “Deftones” Moreno.
Os SDRE pegam naquilo que podiam ser corriqueiras canções rock FM, e dão-lhes uma série de ângulos e arestas capazes de prender a atenção pelo fascínio que exercem. Não surpreende que nunca tenham realmente alcançado sucesso comercial, pois esta não é música particularmente fácil. Serve excelentemente nas primeiras impressões por aqui, e para já é isso que importa.