"Discriminação musical"

Estávamos em 1999 e a poeira levantada pelo massacre de Columbine não tinha ainda assentado quando um psicopata qualquer, que até fazia parte de uma banda de death metal, teve a ideia de assassinar os próprios pais na sua vivenda em Ílhavo.

A discussão sobre a alegada influência da música pesada nestes e noutros assassínios deu origem a algumas reportagens semi-hilariantes nos telejornais da altura, como por exemplo esta e esta.
Eu era um puto caixa-de-óculos com 14 anos, bastante macambúzio, vítima ocasional de um ou outro bully, e gostava de ouvir Metallica e Iron Maiden. Características que faziam de mim o “most likely to become a vicious murderer” da turma.

Na altura não havia internet (haver havia, mas pronto) e como eu queria extravasar a minha indignação resolvi enviar uma carta para o Jornal de Notícias. O texto foi publicado uns meses depois na página da “Opinião do Leitor”, juntamente com uma imagem do que seria para o editor do jornal uma típica banda de metal: um conjunto de gajos a fazer caretas vestidos com camisas-de-força e calçõezinhos de saltar à vara.

O texto é fraquinho e a argumentação pobre (não que hoje faça muito melhor) mas dêem-me o desconto.

Na altura os meus pais acharam piada a ter sido publicado um texto escrito por mim, principalmente pela parte em que disse que não os ia matar à catanada, e guardaram o jornal. Encontrei-o há pouco tempo ao fazer arrumações e descobri que nesse dia as notícias davam conta de outra coisa engraçada.



Desculpem não ter postado nas duas semanas anteriores, mas estive para fora e não tinha acesso à net.