Egipto, e agora? Part II
Mubarak deixa o Governo, estando o poder reservado para as forças Armadas, que terá a dificil tarefa de manter a paz e assegurar a transição democrática de forma credivel no país.
O que sair desta revoluçao vai mudar o mundo para sempre, mas a incógnita persiste. Subsiste o temor de mais um regime fundamentalista poder ganhar o poder, visto que, a haver eleiçoes em Setembro, a Irmandade Muçulmana é neste momento quem tem mais hipoteses de ser eleita democraticamente, dada a campanha humanitária que desenvolveu com as classes mais pobres nas últimas duas décadas, e ser efectivamente muito melhor organizada que qualquer partido politico que possa surgir nesta altura. Desta revolução pode sair sem duvida um novo Irão em ’79. A irmandade pode sentar-se no poder eleita pelo povo e instaurar a sharia, tornando o mundo num caldeirão prestes a explodir de tanta pressão. Mas é a hipocrisia do mundo Ocidental e da sua politica imperialista – que qual Napoleão defende a sua supremacia vincada num principio moral categórico de que o nosso sistema é o mais justo e que deve ser defendido a todo o custo, sobre qualquer custo de vida, e apoiando todos os ditadores que for necessário para que nós deste lado possamos desfrutar desta sociedade que fecha os olhos a todos os direitos humanos, desde que possamos ter sempre no supermercado a nossa comida, e na worten os nossos electrodomésticos. É esta hipocrisia, e esta vontade de constantemente intervir no mundo árabe que levou a que regimes fundamentalistas islâmicos se possam sentar no poder em democracia. Porque o povo quer decidir por ele, mal ou bem. O mundo àrabe não quer mais estrangeiros a dizerem-lhes o que fazer e em quem votar. E se o mundo o idental nao se afastar e deixar as coisas tomar o seu rumo, seja qual for, sujeita-se a que o voto do povo egipcio seja usado apenas para contrariar as vontades deste lado do mundo.
A partir de agora o mundo não mais será o mesmo.
Edit: escrevi no principio que o poder transitava para Suleiman, sendo que estava incorrecto. Removi essa parte do primeiro parágrafo.