Enablers: um ano depois…
Pois é, no sábado passado fez um ano que organizamos o nosso primeiro concerto, um dia que nos marcou em todos os aspectos (bolso incluído). Já há algum tempo que tínhamos em mente fazer isto, não apenas organizar concertos por organizar mas trazer as bandas que acima de tudo gostamos e que quase ninguém parece querer arriscar.
Lembro-me de todos os primeiros passos como se fosse hoje, desde a escolha do nome até andarmos de loja em loja a colar posters. Já o primeiro contacto com os Enablers é que não estou muito bem recordado. Sei que foi algo que se arrastou durante uns tempos até que finalmente eles decidiram aceitar a nossa oferta. Fomos teimosos e perseverantes, era como se aquela noite tivesse mesmo que acontecer. Tão cedo não esqueço: o encontro com o Kevin na ponte D. Luíz; o difícil que foi estacionar a carrinha para descarregar o material; tangerinas que saltaram quando o baterista emprestado abriu a porta da mesma; o soundcheck; a caminhada até ao restaurante onde jantamos; a inundação no próprio Xapau; os elogios à comida e ao café; a maravilhosa noite de Verão em altura de Outono; a caminhada de regresso a ouvir as histórias do pai de um deles que vivia em Itália; o concerto, claro; o pós-concerto em que eles se “queixavam” que pela primeira vez não tinham vendido nada (coisa que não veio a acontecer); o facto do Pete ter ficado assustado quando fomos buscar os carros pois chegou a pensar que tínhamos fugido; a “boleia” ao Joe até ao hotel; o check-in às três ou quatro da manhã e a despedida em que o mesmo Joe Goldring (esse mesmo que já fez parte dos Swans) disse algo que resumia bem a noite que tínhamos acabado de viver: “it was a learning experience”. O primeiro concerto tinha que ser especial. E foi! Depois desse seguiram-se mais nove concertos em quatro noites, cada um com a(s) sua(s) história(s): em James Blackshaw fizemos dois amigos; Pelican foi um sonho; Capricorns uma noite agridoce e Bossk uma oportunidade única e talvez irrepetível. Não há um concerto igual, não há uma noite igual e todos eles acabam por ser especiais… à sua maneira. Não sei por quanto tempo iremos continuar a fazer isto mas enquanto nos der prazer aqui estaremos. Não é fácil e dá uma trabalheira do caraças mas o gozo é infinitamente superior. Um abraço para todos os que têm aparecido nos concertos ou aqui no blog e para os amigos e conhecidos que fizemos ao longo deste ano, esta quinta-feira vemo-nos em Suma e Chang Ffos na Casa Viva. Podem não ser as melhores bandas do mundo mas apareçam, o apoio dos que gostam e dos que vivem isto da mesma maneira que nós é importante e dá forças para mais. Até lá…