Evangelista + Sir Richard Bishop + Ches Smith @ Marco, Vigo 1-02-2009
Saí do Porto, num final de tarde chuvoso e cinzento, em direcção a Vigo com o pensamento que não iria chegar a tempo da primeira actuação. Felizmente, desculpa-me Carla, um problema na garganta da Senhora Bozulich fez com que a noite atrasasse cerca de 40 minutos. Eram oito e meia (hora de nuestros hermanos), quando Ches Smith (que já tocou com os Secret Chiefs 3, inclusive no último “Xaphan..”) subiu ao palco e surpreendeu toda a gente com a sua criatividade. Posso mesmo dizer que o baterista perfeito é um cruzamento algures entre Ches Smith e Zach Hill. Ou não, nem interessa, mas que manipulou a bateria de uma forma curiosa e nunca vista por mim lá isso é verdade. Falta-me ver o Corsano.
Sir Richard Bishop nem deu tempo para esticar as pernas (ao contrário de Lightning Bolt – mau era – ontem tínhamos umas cadeiras) e apareceu logo de seguida quando Smith ainda desmontava a sua “tralha”. Mais longo do que esperava, o ex Sun City Girls deu um concerto praticamente como imaginava. Não surpreendeu, mas foi excelente. Poucas palavras, menos idas à Heineken, Bishop toca muito e quando acabou eu estava satisfeitinho.
Os Evangelista, liderados por Carla Bozulich, demoraram um pouco mais a subir ao palco e à passagem para o terceiro tema a própria Carla pede desculpa pela sua voz. Esta noite, a última da tour, Carla confessa que não ia cantar com toda a sua voz mas o coração ia estar todo lá. Sentiu-se isso, sentiu-se que por muito que se esforçasse a voz não saiu naqueles momentos que nos podiam arrepiar. E não, não arrepiou, mas que foi intenso lá isso foi. A surpresa da noite chegou perto do fim com a banda a interpretar “For Today I Am a Boy” de Antony and the Johnsons, e com esse mesmo fim cada mais evidente no cansaço das cordas vocais, a banda dignou-se a um encore terminando a noite com “Evangelista I”. “Love!”
Não fui a Vigo de propósito por apenas uma destas bandas, fui a Vigo pelo conjunto e rever amigos (olá Luís, Prado e Patrícia), mas saí de lá com vontade de ouvir os álbuns da Carla coisa que raramente me acontece depois dos concertos. Que bela maneira de começar o mês…