Details:
Date:
23-24May2013Location:
Santiago Alquimista (Lisbon) + Hard Club (Porto) 🇵🇹About event
23/05/2013 – SANTIAGO ALQUIMISTA, LISBOA C/ RA
24/05/2013 – HARD CLUB, PORTO C/ SEKTOR 304
Horários para ambos os concertos:
Portas 20H30
Início 21H30
Porque não queremos que se perca a essência sufocante da música dos Godflesh, ambos os concertos são limitados a 400 pessoas!
Os bilhetes custam 20€ e estão à venda online em AMPLISTORE* e Ticketline. Também se encontram à venda na Fnac, Worten, El Corte Inglés, C.C. Dolce Vita, Casino Lisboa, Galerias Campo Pequeno, Agências Abreu, C.C. MMM, C.C. Mundicenter, Carbono (Lisboa), Glam-O-Rama (Amadora), Breakpoint (España) e na Louie Louie (Porto)*, Jojo’s/ Cdgo.com (Porto)*, Matéria Prima (Porto)* e Piranha (Porto)*.
*bilhetes bonitos
Facebook Godflesh · Facebook Justin Broadrick · www.godflesh.com · Allmusic · Wikipedia · Eventos no Facebook: Porto e Lisboa
Aquele que parece o maior exagero da música contemporânea é, para sermos francos, a maior das verdades: o que ouvimos não seria o que ouvimos sem os Godflesh. Para o bom e para o mau, a dupla mais criativa das últimas décadas fundou em Birmingham um projecto derrubador de fronteiras, uma encruzilhada de influências que abriu caminho para os anos 90. Do nu-metal à agressividade industrial do Broken de Nine Inch Nails, de Neurosis à fúria arrastada dos Isis sem esquecer, claro, Sun Kil Moon, Red House Painters e os projectos do sempre brilhante Mark Kozelek (ou parece-vos um acaso o mais recente disco de versões do cantautor norte-americano, intitulado Like Rats?).
O seu regresso aos palcos, em 2009, representou para muitos aquilo que não foi possível ser, sequer, imaginado durante mais de uma década de actividade – poder ver um dos concertos mais intensos, pesados e pejados de groove. Um regresso em que tivemos oportunidade de participar ao trazer Justin Broadrick e G.C. Green para encabeçar a primeira edição do Amplifest. Agora, a magia está votada a repetir-se, e em dose dupla: os Godflesh voltam a Portugal em Maio para actuar pela primeira vez em Lisboa e repetir a dose, em nome próprio, no Porto.
Ver/ ouvir:
Bastaram os primeiros acordes da Like Rats para perceber que ali se estava a fazer história. Godflesh, mentores de Streetcleaner, são um marco incontornável para qualquer pessoa adepta destas sonoridades e podemos dizer que são os pais de bandas como Isis e provavelmente muitos de nós nunca imaginámos que iríamos conseguir viver isto um dia. Naquele que decidimos eleger como o melhor concerto do festival, pudemos ouvir temas como Spite ou Avalance Master Song. Épico.
Cláudia Filipe in Arte-Factos
O risco de cair num insípido anacronismo é elevado, quando, em 2011, se escreve sobre o concerto de uma banda reactivada dez anos depois de cessar actividades e duas décadas após ter lançado as suas magnum opus. Ou melhor: seria elevado, caso a banda em questão não fosse Godflesh.
Como Scott Kelly, membro dos Neurosis, certo dia afirmou, o maior feito de um criativo é alcançado quando a sua arte subjuga a imparável e temível maré do tempo. É quando ela se desprende da mais asfixiante corrente de todas. É quando ela obtém a imortalidade. No panteão daqueles que conseguiram essa recompensa, a maior de todas, figura Justin Broadrick, a mastermind que alimenta o férreo esqueleto de Godflesh.
Não é difícil perceber o porquê. Ouvir Like Rats, faixa de abertura do incontornável Streetcleaner, a eclodir de rompante numa expectante Sala 1 do Hard Club faz tanto sentido neste final de Outubro como faria numa obscura cave de Birmingham, em 1989. Godflesh fez-se nascer a partir da desilusão, da opressão, da sujidade e da corrupção que tendem a proliferar na sociedade ocidental e essas características perpetuam-se irremediavelmente. Combatendo-as, o som de Godflesh também.
É por isso que ver Justin Broadrick a gritar “Screw you and your world”, com as veias do pescoço salientes, numa amaldiçoada Avalanche Master Song é algo actual. O público portuense sabe-o e corresponde ao inigualável groove de G.C. Green no baixo e às pancadas certeiras de uma singular drum machine com acentuados movimentos corporais. Alinhados pelo mesmo comprimento de onda, fãs e banda deixaram fluir tudo aquilo que tinham guardado dentro de si há tempo demais – afinal, esta foi a primeira vez que os Godflesh visitaram Portugal. Por entre várias faixas de Streetcleaner, ouviu-se uma tríade retirada de Pure: Spite, Mothra e a música homónima do álbum lançado em 1992 colocaram o Hard Club a suar como até então não se tinha visto no Amplifest. Quando Justin e G.C. pousaram a guitarra e o baixo, dirigindo-se para o backstage, foi fácil perceber que ainda haveria mais, já que o Mac permaneceu ligado.
Assim foi. A veemente Crush Your Soul devorou o que restava da energia concentrada na Sala 1 e Slateman conduziu todos os presentes para um hipnótico final. Já com G.C. Green fora do palco e com a drum machine silenciada, Justin Broadrick recordou-nos o porquê de ali termos estado para testemunhar Godflesh e não só. Resumindo o Amplifest, explicando um estilo de música e justificando todo um estilo de vida, o britânico enfrentou o seu amplificador durante vários minutos, num diálogo onde a distorção serviu como expressão máxima. Uma distorção que teima em mostrar que há muito, muito mais para lá do simples ruído – o que é, ao certo, é de impossível transcrição: as melhores sensações desta vida não têm tradução vocabular.
Emanuel Pereira in Ponto Alternativo
Nota: Se foram ao Amplifest 2011 e guardaram o bilhete, reservem uma cópia do poster que está em cima até dia 30 de Abril. Nós oferecemos, precisamos apenas que, aquando da reserva, digam o número do vosso bilhete ou voucher e o número do bilhete do Amplifest cuja apresentação, no dia do concerto, é obrigatória.
Mais info: amplificasom@gmail.com
Imprensa: press@amplificasom.com
Co-produção: Prime Artists