Eu sei que somos muitos. Podemos abrir discussões sobre Lynch, Bergman, Antonioni, PP Pasolini. Sermos ainda bué do lado obscuro e citar cinema polaco do pós-guerra ou toda uma parafernália de filmes de países da ex-URSS que ninguém vê mas que pelos vistos são altamente. Mas no fundo, somos suckers por uma boa pipocada. E não me lixem. Acho que já estamos numa altura da evolução da sociedade cultural em que não fica mal a ninguém dizer que gostou do Transformers 2: retaliation ou do Iron Man. Sem merdas. Os filmes podem ser para interpretar, fazer pensar/reflectir ou até mesmo descobrir o sentido da vida, mas também podem ser puro entretenimento. E ser puro entretenimento não significa que tenham que ter uma soberba realização, fotografia, ou um argumento sem quebras na estrutura narrativa ou coisas dessas. Porra, não nos obriguem sempre a seguir toda e qualquer falha de um filme, àvidos de critica académica para nos distanciar desse rebanho comedor de pipocas que nos causa urticária. Como muita gente que por este blogue passa, eu cresci nos anos 80, quando o grande cinema blockbuster chegou a Portugal como uma praga bíblica. E digo-vos minha plebe, não tenho uma única má recordação. Nem mesmo as noites de pesadelo que tinha por causa do vilão no Howard, the duck, ou a fugir do Lobisomem que atormentou o Corey Haim n’O Segredo da bala de prata. E acho que a arte no final deveria ser igualmente isto: não só dar-nos que pensar e tentar ajudar-nos a ser pessoas melhores, mas rechear-nos de boas recordações.

E toda esta introdução para quê? Porque estou em pulgas para ir ver isto ao cinema: