Fui a Brighton e vi os Fall of Efrafa

Apesar de o Reino de Sua Majestade ser circundado por mar, é sintomático que pouco se imagina de Inglaterra como um local com paisagens em que a água assume carácter de predominância. Tudo isto, muito por culpa da grande maioria dos eventos se realizar em locais como Londres, Manchester, Bristol ou Birmingham (Supersonic!!!). No entanto, ao que por lá se diz, Brighton é a estância balnear de muitos ingleses que ali acorrem na tentativa de apanhar os complicados banhos de sol, que são praticamente ausentes durante todo o ano. Como tal, também aquilo que apanhei foi mais um banho de chuva, neblina e frio.

Olhar para Brighton e ver as duas componentes de praia e mar, acaba por ser reconfortante e dar uma nova perspectiva a um país que até então era por mim olhado dentro de outros parâmetros. Claro que não se pode esperar praia de areia dourada como as nossas. De facto, a praia é até…digamos que a caminhar para o farsola, mas aquele “Pier” ao estilo americano com parque de diversões por cima do mesmo, acabou por ser o mais perto que tive do sentimento Baywatch. Não sei porquê, mas associo sempre o Mitch a salvar malta nestes pontões com postes de madeira. Só me apetecia pegar numa bóia e correr por ali em auxílio de alguém…

Caminhando para a cidade propriamente dita, acaba por ser mais um local tipicamente britânico, que se estrutura dentro das premissas vulgares por estes lados, caracterizado pela construção de tipo vitoriano. Sempre me intrigaram estas casas em que apenas com uma cortina, se consegue ver o velhote a ver TV e que parecem ser tão acessíveis à entrada. Talvez a deformação de viver num 7º andar…

A minha deslocação a Brighton teve como único objectivo, assistir ao último concerto de sempre dos Fall of Efrafa. Não tenho dificuldade em apontar este como o concerto mais emotivo em que estive presente. No fundo, a banda que tanto admirava estava a acabar, mas também tinha a possibilidade de estar presente num momento único e com a minha presença poder homenagear tudo aquilo que os discos deles significaram para mim. Foi um concerto fascinante e que actualmente desperta em mim, sentimentos de nostalgia apenas reflectidos quando penso em alguns eventos.

No dia seguinte, retorno a Gatwick para apanhar um voo para Glasgow para, pela primeira vez, testemunhar a experiência Sunn O))).