Fui ao Porto e estive no… Amplifest

Quando o André me convidou a participar novamente neste espaço, com uma rúbrica que pretende dar a minha perspectiva acerca de alguns locais que tive a oportunidade de ver e conhecer devido a concertos realizados nessas cidades, logo me ocorreu que faria algum sentido começar por falar acerca do Amplifest e do Porto.

Não tenho nenhum problema com a geografia e bem sei que a cidade do Porto e aquilo que possa ter para dizer, não constituirá novidade para a maior parte de vós. No entanto, continuo a considerar que é importante, mais uma vez, enaltecer não só a cidade mas também um festival que foi tão suis generis para muitos de nós. Como tal, não quis ceder ao estigma de deixar sempre para segundo plano aquilo que de tão bom temos no nosso país e as iniciativas arriscadas que vão sendo tomadas. Aquilo que pretendo transmitir neste post é a visão de um alfacinha acerca de uma cidade e de um festival tão especial. Por outro lado, tenho noção que já se falou bastante acerca do Amplifest, mas tendo esta oportunidade, não acho que faça sentido deixar de elogiar tudo aquilo que foi conseguido naquele fim-de-semana.

De todos os festivais em que já estive presente, e já foram umas boas dezenas, o Amplifest foi aquele em que mais senti uma aura de reciprocidade, em que a sensação de festival de amigos feito para amigos, era bastante sentida. Ao longo de dois dias, aquilo que senti foi a reunião de uma família em que houve a oportunidade para rever alguns amigos que, curiosamente foram criados devido à Amplificasom e aos seus eventos. Poderia facilmente dizer que foi a música que nos aproximou a todos, mas foram mais que simples riffs ou blasts que nos ligaram. Foi a postura e a importância dada às pessoas que tornou tal evento tão especial e, talvez por isso, todos nós tenhamos respondido com um comportamento exemplar e silencioso durante os concertos.

No que respeita à cidade, a cada novo regresso ao Porto , congratulo-me por ver novamente as ruelas e todos os locais de interesse que fazem parte desta maravilhosa cidade. Mas o Porto para mim tem uma característica tão importante em qualquer cidade, que são as pessoas. Mais importante que os monumentos é a forma como as gentes da cidade me fazem sentir. O Porto tem essa característica para dar e vender, acolhendo de forma única todos aqueles que são de fora.

Para dizer a verdade, da maior parte das vezes que estive no Porto, acabei muitas vezes por fazer as mesmas coisas. Mas se me continua a dar prazer ir à Foz, ir à Ribeira, ir comer num tascão, ir ao Parque da Cidade ou de Serralves, porque não o devo fazer constantemente? Para mim as cidades não são irrepetíveis e não me importo de, sistematicamente, ver a mesma coisa, porque a cada nova visita, consigo sempre encontrar algo que não tinha conseguido na visita anterior. É isto que me dá prazer no Porto, é verificar que a cidade ganha contornos tão especiais a cada nova visita e que ao visitar alguns locais é como se fosse a primeira vez.

Para a semana, prometo que tentarei sair de Portugal, mas senti que era minha obrigação começar por uma cidade que nos liga a todos.