Habemus Earth Rocker

Olá Blog. Há muito tempo que não te deixava aqui umas linhas. Sei que não sentiste a minha falta porque a companhia por aqui tem sido muito boa, mas o novo disco dos Clucth fustigou-me a cabeleira rasa e senti que tinha de partilhar o momento contigo.
Pergunto-me o que raio torna os Clutch especiais! O que há de singular e atractivo num novo disco que não dissimula uma raíz conceptual profunda nem contém vestígios de particular inovação? Que, ao invés, se afigura como um exercício pelos familiares domínios Clutchianos intentando numa abordagem mais directa pelo heavy rock & roll injectado de groove?
Provavelmente é porque na realidade isto é o que se espera de Clutch sem ser o que se espera de Clutch. Sabendo com o que podemos contar, nunca estaremos demasiado confortáveis na antecipação do que está por vir. O mais directo é menos simples do que aparenta, e não retira completamente de cena a inspiração bluesy que é parte integral da matriz que identifica e distingue a sonoridade Clutch de forma tão inequívoca. De uma matriz que nunca foi simplesmente linear, e se foi moldando pelo acumular de experiência, estrada e suor. Esta é, no fundo, a ementa desejada, a ementa que, independentemente da abordagem e do grau de experimentação, oferece uma descarga de energia contínua capaz de fazer qualquer rockeiro(a) mais empedernido(a) mover o corpinho… Uma energia efusiva que ao vivo se torna contagiante. Ahhh saudoso banho de cerveja no festim com Witchcraft, the Sword e Taint!
A estrada é o seu ambiente natural, serão sempre uma banda voltada para o eléctrico in-your-face, com Neil Fallon, o inimitável pregador, a liderar o rebanho para lá do apocalipse.
Clutch é Rock & Roll! Pode ser apenas Rock & Roll e o mundo pode nem precisar disto, mas, caneco, estes gajos têm mais carisma do que qualquer Papa, e o Papa não soa assim!