Henri Chopin: o poeta sonoro

Há uns tempos atrás o Luís abriu um tópico em que mencionava alguns desaparecimentos mas cujas obras mereciam a eternidade. Desses três nomes não conhecia nenhum, mas o seu texto era mais que convidativo. Talvez escreva algo sobre a Amacher um dia destes, mas neste momento o que quero mesmo realçar é a obra de Henri Chopin.

“Surge regularmente associado aos movimentos da música concreta e poesia sonora tendo, contudo, transcendido, através do som, tais etiquetas. Trabalhou acima de tudo a voz humana e o mistério que esta encerra com recurso a vários microfones e manipulações de fita. Na música dele existe algo de gutural, físico e primal para lá de qualquer linguagem e forma de catalogação. É possível vê-lo (e ouvi-lo) como um pioneiro do noise como género “estabelecido” que veio muito depois (de Wolf Eyes a Peter Rehberg).

Se não me engano, alguém escreveu uma vez num fórum online que um peido de Pierre Henri era mais interessante que a grande maioria da música feita actualmente. Duplo sarcasmo que destaca a sua genialidade / originalidade como compositor mas também o seu uso do corpo e seus sons como matéria-prima para criações que apontam para um primitivo desconhecido.”
Luís Jacinto in Amplificasom

Para terminar, aconselho a todas as mentes disponíveis e abertas a ouvirem a compilação Le Corpsbis & Co com obras de 83, 90, 91 e 94. É talvez a melhor introdução ao fascinante mundo de Henri Chopin.