Huh?
Huh?
A capa do álbum é original, apelativa e esconde uma colecção de canções que não foge ao que já se conhece dos Spiritualized – ou de Jason Pierce, o único membro presente em todos os discos da banda – space rock, rock psicadélico, orquestral rock, etc.. Depois do último Songs in A&E, composto pelo diabo e guiado por J.P. (palavras do próprio) enquanto “descansava” nos cuidados intensivos, Sweet Heart Sweet Light é obviamente diferente, ainda que temas como morte, vida, continuem omnipresentes. O single de abertura “Hey Jane”, instant classic do disco ( as coincidências com os Velvet Underground não são um acaso, é uma das grandes referências da banda), são quase 9 minutos de rock entre garage, blues, gospel que têm o clímax após uma quebra. O tema termina em apoteose e o disco fica, depois desta abertura, ( não perder de vista o vídeo do single, é uma obra à parte e vai ganhar festivais – realizado por AG Rojas) definitivamente lançado no espaço. E é aí que a série de canções, que se intervalam entre baladas e rock, revelam a genialidade de J.P. agarrada agora à vida, mais do que à morte. “Too late” e ” I am what i am” são dois exemplos disso, e quase poderiam ser também uma breve síntese do seu percurso. A primeira revela a intimidade, alguma inocência até no assunto mais revisitado da história da música, o amor, e a outra uma interpretação genial do funk, que o próprio nome do tema circunscreve deliciosamente.
Em suma, é Spiritualized. Huh? Jason Spaceman.