Já se sentiram assim?


Ora hoje vou inverter as regras que até agora tenho estipulado para os meus posts. Se até então tenho falado de discos que considero serem essenciais, o que venho por na mesa de discussão é algo que me tem deixado desiludido a cada audição.

Rodeado de expectativas, aura de erudição e majestosidade musical, ainda não sei o que pensar do novo disco de Tryptikon. Não que o considere mau, mas nada de tão bom que justificasse tanto alarido. Ainda por cima tendo em conta que tem sido assumido e publicitado como o sucessor do “Monotheist” de Celtic Frost, que na minha opinião é dos melhores discos desta década (se não o melhor dentro do Metal).

Celtic Frost sempre foi aos meus olhos um marco incontornável dentro do estilo. Desde os tempos da ingenuidade de Hellhammer até ao experimentalismo do “Into the Pandemonium”, os tipos sempre conseguiram fazer música captivante, dinâmica e com um factor de risco bem grande dado o meio onde se inseriam, mas nunca soaram… inconsequentes (ok!!! fizeram o Cold Lake!!! Mas com esse eu nem conto!)

Com base nas “liner notes” do disco de Tryptikon, pode-se constatar que uma parte do material presente é material que viria a ser usado no próximo disco de Celtic Frost ou então é proveniente de músicas que não chegaram a ser aproveitadas para o Monotheist. Sinceramente, esse é um dos problemas do disco: cola-se demasiado ao seu antecessor, mas sem conseguir igualar a sua dinâmica desafiadora. O “Monotheist” era um álbum rico em detalhes, difícil por vezes, mas onde a cada audição acrescentava mais um pormenor, mais um elemento; era um disco que conseguia aliar diversas texturas, com um som gigantesco em termos de presença.

“Eparistera Daimones” é bastante mais fácil de ouvir, mas que talvez por isso canse facilmente. Musicas demasiado longas na minha opinião, soluções demasiado previsíveis e quando finalmente cria uma variação na toada geral do disco é para este se perder em devaneios sem sentido. Querem O exemplo disto? Ouçam a “Myopic Empire”. Riff básico, mas que é aguentado pela textura vocal bem conseguida e que introduz uma boa variação ao disco (que até à faixa 5 peca pela sua similaridade), mas eis que surge uma secção de piano que nem dá continuidade á musica nem introduz nenhuma dinâmica interessante. É um momento “corta-pica” completamente desprovido de sentido. Nas já referidas “liner notes” é dito sobre esta musica que ja tinha sido rejeitada para o “Monotheist” devido á sua secção de piano. Deixa-me a pensar porquê… hum…

Depois no final ainda levamos com “The Prologing”, uma faixa de 20 minutos que não justifica o tempo que tem.

Digam-me: já ouviram o disco? O que acham. Foi só a minha posta de pescada, mas precisava mesmo de desabafar…. É que tenho dias em que Celtic Frost é a maior banda do mundo…