Lembram-se quando passaram pelo primeiro Amplifest? Tão grandes…

Corremos para a sala ao lado porque não queremos perder o início de OvO, que podiam facilmente levar para casa o prémio de concerto mais bizarro do festival, o que, atenção, não é necessariamente mau. A dupla apresenta-se em palco, ele com pinta de carrasco, ela em trajes reduzidos e máscara de malha. O que se passou a seguir não foi para qualquer um, foi pura esquizofrenia. Mas se a princípio se estranha, o que é certo é que ficamos facilmente presos ali, em toda aquela aura criada, e sem força para sair
in Arte-Factos

Entrar na Sala 2 e não ficar minimamente embasbacado com os OvO é impossível. O caos, o ruído, a esquizofrenia era tanto que, na nossa cabeça, parecia inconcebível tudo aquilo ser criado por apenas duas pessoas: Bruno Dorella, um possante “luchador” que violentava insistentemente uma tarola, um bombo e um prato; e Stefania Pedretti, de guitarra e baixo em punho e uma espécie de máscara de Veneza na cara. Curiosamente, talvez por ser a primeira mulher a subir ao palco no primeiro dia, havia algo de sensual em Stefania – também pode ter sido do cinto de ligas – o que ajudou a aumentar a bizarria em torno do duo italiano. Bizarria não só visual, mas também musical. A bateria tribal é o ponto de partida para que caia sobre o público uma espécie de hipnotismo, que é quebrado ruidosamente pela guitarra (ou baixo) raivosa e no limiar da vertigem no instante a seguir. Do noise ao doom, sempre com um índice lo-fi e DIY muito alto, os italianos foram responsáveis pelo concerto mais desconcertante do primeiro dia.
in Ponto Alternativo

Correcção. Nada diz melhor “fora do baralho” como os OvO. Num misto de Carnaval de Veneza com exibição de wrestling mexicano, a dupla Stefania Pedretti e Bruno Dorella dá um dos concertos mais revigorantes de sábado. Dorella, de pé, desanca dois tambores e um prato, como um urso enlouquecido, enquanto Stefania se entrega a devaneios líricos entre o avantgarde e o j-rock, tudo ateado por linhas distorcidas ora de baixo ora de guitarra. Nota mental: tentar tocar baixo com um esquadro a servir de palheta.
in Festivais de Verão

A dupla italiana OvO leva o experimentalismo a um ponto sem retorno. Um percussionista que lembra um lutador de wrestling com certos trejeitos nipónicos e uma guitarrista/vocalista que personifica o cruzamento genético entre uma amazona e um ser alienígena, jorram uma amálgama musical que não poderá ser traduzida em rótulos fáceis e delineados. Se houve quem ficasse mal impressionado com a performance, também houve quem descobrisse em OvO uma nova forma de vista. E de música.
in Rua de Baixo