Meshuggah – ObZen [2008]
Os Meshuggah não são o prato mais simples de digerir, é tão fácil encontrar quem os adore como quem os odeie, ou o que pode ser mais polemicamente interpretado como quem os compreenda e quem não os compreenda. Uma coisa é certa, são muitos os músicos [novos e velhos] que os citam como influência e não se coíbem de integrar ritmos sincopados e compassos de marca em composições suas. Até os Metallica aquando das gravações do St.Anger afirmavam andar a consumir algumas doses de Meshuggah e que isso até se poderia vir a repercutir no disco [tá bem tá!].
Quando o Destroy Erase Improve rebentou em 95 eu não lhe dei grande atenção, isto para não dizer nenhuma. Se bem me lembro achei aquilo que ouvi uma monotonia pegada com chuga-chuga de exagero. Só depois do Chaosphere ter saído e o New millennium cyanide christ ter feito moça, é que comecei a absorver aquela estranha cadência frenética de ritmos fracturantes, envolvidos em duras doses de complexidade e brutalidade. A entender que aquilo que ao principio me parecia algo com pouco nexo, demasiado repetitivo e massacrante, fazia todo o sentido. As sinergias resultantes da convergência entre o thrash, o industrial, o math-rock, o progressivo, o post-cyber, e outras espécies que tal, definiam um universo polirrítmico selvagem, ultra hipnótico e absorvente. E a cada nova exploração e máquina insiste em experimentar outros níveis de peso e novas texturas, como aconteceu com a elasticidade incineradora de Nothing, e posteriormente com o memorável tema [I] de 20 minutos que pode ser dividido em várias partes distintas, e um conjunto de 13 [Catch Thirty Three] partes distintas que podem ser compreendidas como um todo.
Eis-nos em 2008 perante ObZen, e eis que a progressão se dá para trás, para a frente, para os lados e transversalmente, eis um compêndio das dimensões Meshuggah. E como os Meshuggah soam apenas e exclusivamente a eles próprios, qualquer que fosse a forma do conteúdo, revisão detalhada da matéria ou novas lições exploratórias, dificilmente sairia algo decepcionante.
O início do disco ao ritmo thrashado de Combustion até consegue invocar o impacto mais directo de Contradictions Collapse mas encorpado por uma maquinaria muito melhor oleada e ornamentada por um solinho de pinta. É dificil destacar temas num disco que tem rodado em continuo nos últimos 4 dias, mas adoro o constante martelanço da Bleed, o assombroso groove e o peso avassalador da Obzen, as mutações em cadência muito Nothing de Lethargica, e a vejam-só-como-nós-manjamos-desta-merda-e-podiamos-estar-aqui-durante-2-horas-que-isto-continuaria-a-ser-interessante-mas-em-vez-disso-ficamos-por-apenas-10-minutos-porque-o-disco-tem-que-acabar-e-para-a-próxima-haverá-mais-do-bem-bom que finaliza o álbum, e ainda por cima é primorosamente intitulada de Dancers to a discordant system.
Este disco é fascinante, talvez não tão “à frente” quanto se pensaria ou poderia esperar, mas serão precisos muitos lançamentos extraordinários para que ele não figure, pelo menos, no meu top 5 do ano. Ah, falta-me perceber se há algum tema conceptual por detrás deste ObZen…
Eis-nos em 2008 perante ObZen, e eis que a progressão se dá para trás, para a frente, para os lados e transversalmente, eis um compêndio das dimensões Meshuggah. E como os Meshuggah soam apenas e exclusivamente a eles próprios, qualquer que fosse a forma do conteúdo, revisão detalhada da matéria ou novas lições exploratórias, dificilmente sairia algo decepcionante.
O início do disco ao ritmo thrashado de Combustion até consegue invocar o impacto mais directo de Contradictions Collapse mas encorpado por uma maquinaria muito melhor oleada e ornamentada por um solinho de pinta. É dificil destacar temas num disco que tem rodado em continuo nos últimos 4 dias, mas adoro o constante martelanço da Bleed, o assombroso groove e o peso avassalador da Obzen, as mutações em cadência muito Nothing de Lethargica, e a vejam-só-como-nós-manjamos-desta-merda-e-podiamos-estar-aqui-durante-2-horas-que-isto-continuaria-a-ser-interessante-mas-em-vez-disso-ficamos-por-apenas-10-minutos-porque-o-disco-tem-que-acabar-e-para-a-próxima-haverá-mais-do-bem-bom que finaliza o álbum, e ainda por cima é primorosamente intitulada de Dancers to a discordant system.
Este disco é fascinante, talvez não tão “à frente” quanto se pensaria ou poderia esperar, mas serão precisos muitos lançamentos extraordinários para que ele não figure, pelo menos, no meu top 5 do ano. Ah, falta-me perceber se há algum tema conceptual por detrás deste ObZen…