Metal: A Headbanger’s Journey

Ontem houve cineminha lá por casa. Um dos pratos da ementa foi Metal: A Headbangers Journey.
Este documentário foi idealizado e realizado por Sam Dunn, um antropólogo metaleiro – provavelmente mais metaleiro antropólogo – de 30 anos residente no Canadá, que resolveu pegar nos seus ensinamentos académicos e encetar uma viagem com o intuito de traçar a história do Heavy Metal desde as suas raízes nos Blues das classes operárias Americanas e na música clássica de Wagner passando pelos sons tribais Africanos e culminando no Tritone de Black Sabbath. Outra das missivas de Dunn foi identificar e expôr os motivos que levam a que seja um estilo marginalizado pelas grandes massas mas que por outro lado tem uma comunidade que lhe dedica uma devoção extrema.
Do Reino Unido à Noruega, passando pelo Wacken na Alemanha e pelos USA, inclui diversas entrevistas com personalidades de diferentes gerações, como Tony Iommi, Alice Cooper, Bruce Dickinson, Geddy Lee, Dio, Rob Zombie, Lemmy, Cannibal Corpse, Slayer, Lamb of God, Girlschool, Arch Enemy, Slipknot, Enslaved, … Bem como com alguns fãs. Só é pena que muitas delas sejam extremamente superficiais, acontecendo o mesmo com a explanação das diferentes ramificações do Metal. Até se pode considerar que há muita gente “importante” que não foi sequer ouvida, mas compreende-se que um filme não pode durar 10 horas!
Particularmente interessantes e hilariantes são as entrevistas com Dee Snider dos Twisted Sister em que são apresentados alguns excertos do seu testemunho na Parents Music Resource Center; com Ronnie James Dio em que este está constantemente a atacar o egocêntrico Gene Simmons dos Kiss; e com os Mayhem que dizem rigorosamente nada :-s. Já na entrevista com Bruce Dickinson, quase que sentimos a vibração do “velho” puto que tem finalmente o prazer que conhecer pessoalmente um dos seus ídolos dos tempos da adolescência.
Levando em consideração aspectos como a religião, a condição social, o género e a sexualidade, a violência, também contém comentários e opiniões de Produtores, Djs, de uma famosa Groupie cujo nome me escapa, Sociólogos, Musicólogos, etc.
Para os aficcionados da música em geral, mas principalmente para o metaleiro que há em nós.
Quem se está a borrifar, pode continuar, tal como Dunn afirma no fim do documentário, “We’re doing just fine without you”.