Mono + Jesu – Scala, Londres

Londres… finalmente! Gostei do que vi nas poucas horas que andámos por lá a passear. A companhia revelou-se “insanamente” divertida (obrigado a todos). Ainda tivemos o privilégio de encontrar o Manu Chao e andarmos lá a passear com ele (um maluco). Crest (o nosso guia, revelou-se como vocalista de power metal); André (o gajo da foto-reportagem manhosa presenteou-nos com uma brilhante imitação de ambulâncias, polícia e sabe-se lá mais o que lhe passou pela cabeça); Viterbo (o da velha guarda, é sempre bom termos companhia de pessoas com um passado em condições (metal), bom olheiro de bifas); Tiago (um gajo que chega a Londres e passa por famoso não se pode dizer muito mais).

O mau tempo foi chegando e com o passar frenético das horas lá fomos para o Scala, depois de passarmos pela rua das ilegalidades (o jantar foi frango mas tenho a certeza que nos venderam gato). A sala que não é muito grande, rapidamente encheu a tempo de receber o Justino e os seus Jesu. Munido da guitarra e outros ornamentos vindos do portátil, comandou as suas tropas delineando camadas ruidosas da forma mais bonita possível (no universo de Jesu isso não é um paradoxo). Ouvi Shoegaze, Post-Metal, Post-Rock e vi um homem de revoluções musicais e tocar um som muito próprio, provavelmente a sua faceta mais despida – estava ali a dois metros e abanar a cabeça perante doces distorções. O som nem sempre esteve brilhante, mas aquelas músicas acabaram por entrar no ouvido com a intensidade que se esperava. A viagem deu-se por ambientes mais contemplativos e acesos movimentos Rock. É o Justin K. Broadrick meus caros, a cantar para nós, fechemos os olhos…
De seguida subiram ao palco os Mono, com expressão distante como se já viessem conformados de que naquele palco a música iria transcender muita coisa. Não foram só as melhores melodias Post-Rock que se ouviram, foi um alinhamento perfeito, crescendos constantes que acabavam em explosões de distorção com toda a banda a mexer-se e com eles todos nós. Impossível resistir. O belo, o emocionante, o “arrepiante”, o intenso, são tudo “lugares” pelos quais passámos. O som estava de tal forma preenchido que parecia que estávamos a ouvir a sinfonia mais bonita de sempre, cruzamentos de guitarra agarrados às maiores fragilidades de todos nós. Psicadélico, não pelo colorido do cruzamento de diversos sons, mas pelo divagar de um sonho que aqueles sons obrigaram.
Não vale a pena escrever muito mais, vejam os videos, imaginem aquilo tudo a “explodir” a um metro de vocês…
Concluída a noite de sons, voltámos para a rua, para a boa disposição e para o frio (ah e para a comida arrggh). Pouco falámos do que tínhamos visto, talvez não houvessem palavras….

[Edit]
Os Mono tocaram isto:
Jesu – Friends are evil

Mono – Lost Snow part1

Jesu – Conqueror

Mono – The Kidnapper bell
Mono – A Heart Has Asked For The Pleasure
Mono – Lost Snow pt2
Mono – Yearning pt1
Mono – Yearning pt2