O imaginário de Fever Ray

Existem projectos musicais que marcam pela diferença a nível visual.
Alguns consideram este aspecto uma extensão da própria música, outros um complemento, existem também aqueles que não dão assim tanta importância a esta questão.

Um projecto que me chamou a atenção, quer pela música, quer pelo visual é o projecto a solo de Karin Dreijer Andersson dos The Knife, Fever Ray. Já com os The knife Karin Andersson apresentava elementos visuais a condizer com cada álbum.

Os vídeos, as fotografias, as mascaras, o guarda-roupa, os adereços são utilizados para expressar algo sobre a música, uma estética, um sentimento de maneira a que chame a atenção da própria música e não da pessoa atrás dela, segundo Karin “a música por si só consegue direccionar tudo o que precisas saber, porque a necessidade de saber sobre a pessoa que a criou? A música é muito maior que a pessoa”.

A influência estética de Karin no seu primeiro álbum a solo é assumidamente nativa americana, algo que foi buscar a Dead Man de Jim Jarmusch e ao álbum “Anonymous” dos Tomahawk, pois esta influência também se estende à maneira de cantar, algumas músicas fazem lembrar por vezes cânticos nativo americanos.

A nível músical fez um álbum mais lento do que os anteriores com os The Knife, ela compara o ritmo lento ao ritmo do filme de Jarmusch.

Ao vivo o visual de Fever Ray é considerado um ritual, com um ambiente muito teatral, com Karin utilizando uma guarda-roupa nativo americano, mascaras africanas, a cara pintada, alguns candeeiros, pouca luz, fumo e alguns lasers, os músicos que a acompanham também se apresentam devidamente trajados.

Karin faz lembrar uma Björk mais nova, com sangue novo e um visual mais sério, teatral, intimista e no final escondido (Alguêm já viu a cara dela sem qualquer artificio?).

Vamos ver como será o segundo álbum de Fever Ray.