O grande trabalho da vida de Rodin, aquele no qual ele trabalhou ao longo de 37 anos, foi o conjunto escultórico baptizado como “As Portas do Inferno” e que era inspirado no “Inferno” de Dante. Entre as figuras que acabaram por “ganhar vida” fora do conjunto encontra-se “O Pensador”.
Segundo consta, a ideia original de Rodin era colocar Dante, com as suas vestes, acima das portas, mas acabou por abandonar a ideia ao retirá-lo do conjunto e representou, em vez disso, um homem nú a meditar.
Há um debate acerca de quem representará realmente esta figura – enquanto que uns mantém a opinião de que será Dante a olhar para os seus personagens n’ “O Inferno”, outros sugerem ser o próprio Rodin a meditar sobre o seu trabalho, ou até mesmo Adão a contemplar a desgraça da humanidade devido à sua falha. Fiquei surpreendido, no entanto, quando descobri recentemente que há quem coloque a hipótese de ser o próprio Diabo a estar representado numa postura que remete muito para a sua descrição no “Paraíso Perdido” do John Milton.
Apesar de achar que isto já é um bocadinho “forçar a coisa”, não deixa de ser interessante ver outras duas representações da mesma época, uma da autoria de Von Stuck e outra da autoria de Alphonse Mucha (o mesmo daquelas imagens tão icónicas da Arte Nova).

“O Pensador” de Rodin
“Lúcifer” de Von Stuck
“O Abismo” de Mucha