Om – Pilgrimage [Southern Lord, 2007]
Por mim, podemos separar os Om em duas fases: Om antes de “At Giza”e Om depois de “At Giza”. Antes desse primeiro tema do “Conference of the Birds”, os Om eram praticamente uns Sleep sem guitarrista que recorria constantemente ao “Dopesmoker”. A partir daí tudo mudou, encontraram o seu som e este novo álbum é mais um passo em frente. É evidente que não se pode esperar grandes surpresas de uma banda com dois elementos, mas é notória a sua evolução e as diferenças para os trabalhos anteriores. Podia destacar pormenores como o número de temas, a duração dos mesmos ou até o artwork mas é na composição e na gravação que se encontram as grandes diferenças desta primeira rodela na enorme Southern Lord. Steve-o-produtor-que-todas-as-bandas-parecem-recorrer-hoje-em-dia Albini é um dos responsáveis com o seu som mais limpo e não tão dependente (talvez não seja este o adjectivo) do baixo de Al Cisneros. E repito o que disse aqui há uns tempos: ninguém grava bateria como ele e neste Pilgrimage consegue não só revelar um Chris Hakius mais criativo mas também dar um certo groove ao som dos Om. “Pilgrimage”, o tema homónimo que é repetido no fim, é a banda sonora para qualquer igreja; “Unitive Knowledge of the Godhead” apesar de curta vai agradar aos fãs de Sleep; “Bhima’s Theme” tem uma paragem a meio em que fica apenas Cisneros a tocar e cantar num tom acima do normal, quando a música volta a explodir é… ouçam!!!; por fim, o tal reprise de “Pilgrimage” numa versão mais curta em que só eles sabem qual foi a intenção. Grande álbum!! Talvez seja o mais fácil de digerir, ou se calhar até não, mas é sem dúvida mais um grande álbum! Para terminar, os Om nunca esconderam a sua face espiritual e Pilgrimage é o reflexo disso mesmo.
“In religion and spirituality, a pilgrimage is a long journey or search of great moral significance.” Nem mais…