Opeth + Amplifier @Hard Club 10/12
É triste. Como todo o mundo sabe, aquele belo sítio à beira-rio plantado, albergue de alguns dos melhores concertos dos últimos 9 anos, vai deixar de existir com o propósito musical, convertendo-se, ao que tudo indica, num restaurante. Para terminar as minhas peregrinações musicais não poderia desejar melhor, talvez um dia lá volte com o intuito de petiscar.
A fauna que se alinhava na subida para a porta do HC era bastante variada. Tal como já escrevi anteriormente, os Opeth tem vindo a granjear muitos adeptos nos últimos tempos, e isso foi evidente na ávida procura e resultante venda de bilhetes que culminou numa casa com mais gente do que o desejável.
Quando os Amplifier entraram em Palco já a sala estava quase cheia. Estes Brits trouxeram na bagagem o seu 2º álbum de originais -Inside- que ainda não me conseguiu convencer tanto quanto o 1º. No entanto, tiveram o mérito de me fazer pegar no disco porque as novas músicas resultaram bastante bem. Tocaram cerca de 30 minutos e até tinham alguns adeptos fervorosos na assistência. Outros devem ter ficado curiosos para conhecer melhor a banda.
Pouco passava das 23h quando as luzes se foram e os Opeth se assomaram na negritude. O povo em êxtase, numa atmosfera electrizante, aclamava os reis da noite.
O som do microfone não estava perfeito mas foi logo melhorado. Lamentavelmente, a guitarra do Peter, apesar de perceptível, nunca ficou ao mesmo nível dos restantes instrumentos. Eu questionava-me se o homem na mesa de som seria surdo, mas houve gente a dizer-me que estava tudo bem…
Abriram com Ghost of Perdition [A Setlist foi a esperada], e, ainda nos primeiros acordes, uma das cordas da guitarra de Akerfeldt partiu-se. O problema foi rapidamente solucionado com a substituição da guitarra. Logo após o término da música, este “acontecimento” mereceu a primeira tirada cómica da noite, com o Akerfeld a prometer “matar…” o Mendez. O homem estava possuído pela alma de algum comediante. E, incrivelmente, toda a interacção com o público levada numa toada cómica resultou extraordinariamente bem. Se algum dia precisar, pode-se dedicar ao ofício! O headbanging e o mosh sem música; As provocações do Pessoal de Lisboa; A interpretação da Billie Jean; O atirar da guitarra para o público; A morte do Nu-metal; Quando iam para a última música a pedir para o público não desesperar por ser a derradeira, pois era bem longa e se fosse um concerto de Obituary ainda rendia umas 4; A conversão do HC em restaurante…
Os minutos passaram a correr. 2 horas que foram um breve instante. A música mais antiga que tocaram, the Night And the Silent Water, foi épica. the Grand Conjuration impressiona, “aquele Riff é demoníaco”. A Blackwater Park a acabar [antes do encore] foi brutalmente linda! E o encore com a Deliverance foi para arrasar. E o que dizer da pequena passagem da Drapery Falls cantada em coro pelo público?
O Dr. Samael fez o favor de gravar e de disponibilizar esse momento:
Se alguém saiu desiludido do HC, foi porque não sabia ao que ia.
Cá os aguardamos na próxima Tour.