Os Heróis e os Métodos – na visão do cru cabe a beleza da melodia…
Emperor – In the Nightside Eclipse (Candlelight Records, 1994)
Os Emperor mantiveram-se sempre como uma banda de elite no que diz respeito à divisão Black Metal. Ao longo da discografia que nos deixou praticamente quatro discos de originais – a música foi-se tornando mais polida, mais pensada e com estruturas mais complexas. Neste primeiro trabalho, conseguiram sintonizar a frieza gélida e crua das distorções do Black Metal, diferenciando-se de uma abordagem mais simplista, atacando no entanto com ritmos devastadores e riffs incisivos. A sua música carrega ainda uma dimensão épica com introdução de teclados quase a inspirar uma cavalgada à Bal-Sagoth (ou outros grupos como os Limbonic Art). Um colosso que ainda hoje mantém intocável a sua força musical.
Itamar Assumpção e Banda Isca de Polícia – Beleléu leléu eu (Lançado de Forma Independente, 1980)
Itamar e a sua Banda movimentam-se ao som do funk psicadélico, optando por uma postura vanguardista, baralhando estruturas, ritmos e palavras. Música enraizada na MPB mas ainda atenta a algum tropicalismo (uma espécie de magia aperfeiçoada por músicos como Tom Zé). Um caldeirão rock.
V/A – Nigeria Afrobeat Special: The New Explosive Sound in 1970s Nigeria (Soundway Records, 2010)
Nos últimos tempos tem havido uma caça aberta aos sons “perdidos” de África – que editoras como a Soundway tão bem têm feito em colecionar e editar. Se dantes o Fela Kuti e parentes eram quase a jóia negra de todo o continente quente, hoje é possível conhecer e reconhecer o quanto é rica a cultura musical de África. Por vezes até perco a conta de quantas vezes ouço alguns destes músicos e em que discos/colheitas os podemos enquadrar – a verdade é que trata-se sempre de boa música, cheia de vida, com ritmos fortes (poliritmos etc.), algum jazz/funk e um certo toque ocidentalizado (sobretudo no toque técnico e da qualidade do som). Mais um manifesto acerca do turbilhão sonoro chamado Afrobeat.
Boa semana…