Os Novos Clássicos – 1ª Parte

Eu sou um tipo que gosta de música soturna, é mais forte que eu. Se o Turn Loose the Swans (My Dying Bride – 1993) foi na altura um marco importante para mim, hoje sinto que o metal sempre evoluiu devido a osmoses, tranversais a muitos estilos de música, que lhe conferiu alguma variedade e gerou em alguns casos sub-géneros mais ou menos prolíficos. Nunca consegui, por exemplo, ouvir os Therion sem sorrir e dizer “não obrigado”, e eles não se deram particularmente mal por isso, mas…

Devido a uma mão cheia de novos músicos que estão a reinventar o rótulo de “Contemporary Classical” encharcando-o com electrónica e noise, creio que corremos o risco que este seja um provável next big-thing num curto espaço de tempo. Pelo menos a mim desviou-me consideravelmente da minha rota musical nos últimos anos, e isso é bom.

GIANCINTO SCELSI

O trabalho deste Italiano merece o vosso tempo. Conseguem encontrar algumas das suas obras na Amazon com o Natura Renovatur (downloads já é mais difícil). Música clássica de barba rija.

NICO MUHLY
Este é porventura o mais profícuo novo compositor da actualidade, está em todo o lado, compõe para tudo o que é músico da actualidade e esteve o ano passado no Maria Matos com a Whale Watching Tour (Nico Muhly, Ben Frost, Valgeir Sigurðsson, Sam Amidon).

Correndo o risco da música de Muhly parecer um pouco pretenciosa numa primeira audição, esta assume-se sobretudo frenética e colossal. Procurem os seus 2 cd’s: Mothertongue & Speaks Volumes, ambos fundamentais.

DANÍEL BJARNASON

Quando nesse mesmo concerto no Maria Matos comprava um LP a Ben Frost, ele disse: “Don’t buy my shit, buy this! (e mostrou o CD de Daníel Bjarnason) This guy is amazing!“. É um facto, o álbum Processions faz-nos pensar imediatamente no que pode vir a seguir. É Islândes, e faz música cinemática, louca e avassaladora.

Hildur Guðnadóttir

Without Sinking esteve em inúmeras lista do melhor de 09 e, para mim, foi mesmo o #1. Também é Islandesa e vai estar no dia 4 de Maio no Maria Matos – Imperdível.

WORRYTRAIN
Worrytrain é a ponte para a segunda parte deste tópico e tem, neste curto tema, um belíssimo híbrido de clássico cinemático e jazz (com um saxofone diabólico). Se isto não puxar o headbanging…