Peter, o piano e o poster
O Poster
Em meados de 2010 comecei a trabalhar numa série de posters sobre alguns dos meus concertos de sonho, com projectos que ainda não vi e que quero ver, portanto posters para concertos fictícios, uma maneira de trabalhar a criatividade e de passar os tempos livres. Um dos posters em questão seria para um concerto do Peter Broderick.
Ao trabalhar no conceito do poster, quis fazer algo baseado na música dele. Para mim é música sobre pessoas, lugares e a solidão. O ultimo álbum em termos sonoros é o mais americano de todos, fazia todo o sentido fazer uma ilustração baseada no “Nighthawks” do Eduard Hopper que pintou melhor que ninguém a solidão e o quotidiano norte americano, o poster é também uma homenagem ao Hopper.
Quando soube que o Peter ia tocar na Madeira, falei com o André para o desviar para o Porto. Seria uma noite diferente das noites Amplificasom anteriores (bem, acho que são todas :))
O André tratou de fazer com que o Broderick e o Greg Haines viessem ao Porto, pediu-me para fazer o poster e eu disse que já o tinha feito 🙂
O André como gosta de arriscar primeiras partes, também me pediu para abrir o concerto com o meu projecto Himalayha, mas não o pude fazer, dado que não estava preparado, sugeri um artista português que muito admiro… o Azevedo Silva 🙂
O André disse-me que já estariam a falar com ele para uma noite Amplificasom, se eu não tocasse, possivelmente seria ele a tocar.
Depois do concerto vi que a Amplificasom ganhara um novo público.
O Piano
Pedi um piano a dois amigos (obrigado Ricardo e Zé Gato), eu e um amigo (Nuno da Fábrica de Som) fomos busca-lo, carrega-mo-lo até ao Passos e lá o próprio Broderick tratou de nos ajudar a carregar o Piano. O Piano tinha uma tecla estragada, mas o Peter não a iria usar. Trazer o piano do Passos é que foi mais complicado, depois de um outro amigo meu o tentar meter na sua carrinha, desistiu ao ver que o instrumento não cabia no veiculo, fiquei então sozinho, literalmente com o piano na mão, à porta do Passos, com alguns milhares de pessoas a sair do Coliseu, vindos do Circo de Natal. Telefonei ao Nuno e ele tratou de me ajudar a carrega-lo de volta aos donos.
O Peter
Ofereci-lhe um cd de Himalayha depois do concerto, ele retribui-me e ofereceu-me um cd dele, autografado. Semanas mais tarde o Peter enviou-me um e-mail a dizer que tinha adorado o concerto no Porto e escreveu seguinte sobre Himalayha: “Really beautiful music . . . perfect to set the mood on the highway for me! ;-)”
Nessa noite conheci pessoalmente o Azevedo Silva, apesar da sua jovem idade, é um dos músicos portugueses que mais respeito.
Só resta dizer que os 3 concertos dessa noite foram pura magia, só quem lá esteve é que sabe isso 🙂
Obrigado André 🙂