Rapidinhas…
Boduf Songs – How Shadows Chase the Balance [Kranky 2008]
Não conhecia o trabalho de Mathew Sweet e estou impressionado com as canções, com os seus “suspiros” melancólicos… Obscuro o suficiente para o considerar o álbum mais depressivo do ano, creio que ainda vai fazer mais sentido quando as folhas começarem a cair.
Caïna – Temporary Antennae [Profound Lore 2008]
Intenso, fluído e sonhador, este é o álbum que vai pôr o inglês Andrew Curtis no mapa. Temporary Antennae abraça diferentes estilos sem nunca perder a homogeneidade. Eu diria que, em certos momentos, é um disco para colocar lado a lado fãs de Sigur Rós e Burzum. Sim, é estranho, mas espreitem porque está mesmo muito muito bom.
Conifer – Crown Fire [Important 2008]
Capa bonita, não é? Os Conifer são um quarteto americano que partilha elementos, sala de ensaio, tours e tudo mais com os Ocean, portanto quem os conhece vai certamente reconhecer alguns traços musicais. Por aqui ouve-se pós-rock, metal e até algum kraut. O álbum é todo instrumental até que ao último tema o estrondoso Eugene Robinson (Oxbow) empresta os seus dotes vocais fazendo-o dele, talvez, o ponto alto do disco. Por estes lados ainda cresce, mas já ouvi o suficiente para aconselhar à malta do roque.
Electric Wizard/ Reverend Bizarre – Split [Rise Above Records 2008]
Reverend Bizarre nunca me disseram nada e não vai ser desta, mas o tema dos Wizard é tal e qual aquilo que nos habituaram. Ponham-na a tocar bem alto!!
Jesu – Why Are We Not Perfect EP [Hydra Head 2008]
Aprecio remixes quando é alguém que estimo a moldar determinado tema na sua perspectiva. Agora versões alternativas e não sei quê dispenso bem. Vou comprar este EP porque o split com Eluvium esgotou (sim, os temas são os mesmos), caso contrário não perdia tempo. Se bem que o artwork até convence…
Moho – Chotacabra [Alone 2008]
Ao fim de algumas audições senti uma certa sensação agridoce. Culpa minha. Esperava um álbum ao nível do anterior e os Moho, que continuam a ser a par dos Orthodox a melhor banda espanhola (curiosidade: ambas são um trio), decidiram-se por uma aproximação mais “High on Firesca”, mais animalesca portanto. E é o que Chotacabra é, é um animal cheio de stoner e sludge nas veias pronto a deixar marcas por onde passe.
Original Silence – The Second Original Silence [Smalltown Superjazz 2008]
Foi-se o efeito surpresa, mas o entusiasmo mantinha-se. Quem me conhece sabe que esperava com muita ansiedade o segundo do sexteto mais fixe de sempre: Mats Gustafsson, Thurston Moore, Jim O’ Rourke, Terrie Ex, Paal Nilssen-Love e Massimo Pupillo. Dezenas de audições depois sei que não teve nem nunca terá o mesmo impacto. O primeiro tema é explosivo, são cerca de 8 minutos deliciosos, mas o resto do álbum não o chega a acompanhar. No entanto, o que perde nessa tal “explosividade” ganha na diversidade. De qualquer maneira, está longe do primeiro embora o rótulo OBRIGATÓRIO se mantenha.
Fall of Efrafa – Elil [Sound Devastation 2007]
Bem, estava à espera que o senhor Crestfall escrevesse sobre este álbum (até porque ele já ouviu o primeiro), mas o gajo não está com muito apetite. Fico à espera que tal aconteça, mas até lá adianto que este é um grande grande álbum e fica aqui registado o meu obrigado ao Pedro pela sugestão.
Grails – Doomsdayer’s Holiday [Temporary Residence 2008]
Espreitem o que a Joana Coimbra diz aqui. Concordo com tudo.
Sunn O))) – Domkirke [Southern Lord 2008]
Há mil e uma maneiras de se começar a falar de um álbum de Sunn O))) e nenhuma delas parece ser a mais correcta. Há quem goze com o número de discos ao vivo de bandas como os O))) e eu não entendo porquê. Um concerto de Sunn é uma peça de arte, é algo sempre único e diferente. Neste caso, foram convidados para tocar numa catedral em Bergen, Noruega. A ideia subjacente a este convite era fazer com que a banda se inspirasse nos hinos góticos gregorianos da Idade Média. Hinos que de certa forma estavam relacionados com a própria catedral nos tempos da Grande Fome e da Peste Negra. Eles reflectiam o desespero, o terror e a escuridão no mundo, e foi o uníssono destes sentimentos com a própria música dos Sunn O))) que fez possível o nascimento deste álbum. ENORME!!!
These Arms Are Snakes – Tail Swallower and Dove [Suicide Squeeze 2008]
Dizem os puristas que o que está para trás é que é bom. Afirmam eles que quem vive o pós-hardcore desde o início desta década considera que o melhor já tenha passado. At the Drive-in, Blood Brothers e os próprios Snakes com o Oxeneers fazem parte da melhor época. Mas eu que descobri os Drive-in tarde e até só espreitei os TAAS quando soube que eles iam lançar um EP pela Hydra, e nunca fui muito à bola com o menu do pós-hardcore e derivados, recuso-me a concordar. Este novo álbum é tão bom tão bom tão bom que se tivesse que escolher um álbum para passar o Inverno esta seria a minha escolha. Do primeiro ao décimo tema, tudo é demasiado bom, catchy, sexy. Preparem-se pois dia 5 vai haver muito suor, muito roço… muito amor.