Richard Knox & Frédéric D. Oberland
Os GY!BE são daquelas bandas únicas que me fazem doer os ossos. Não valerá a pena descrever o que todos conhecem, mas o F♯ A♯ ∞ e o Slow Riot For New Zero Kanada foram um pilar tão importante nos meus gostos musicais que nunca mais nenhuma banda, tirando Rachel’s, me causou o mesmo impacto de fazer fazer realmente mudar o que procuro na música.
Quando se ouve o Windows do último dos Deafheaven percebe-se o quanto os field recordings e a voz da demência perpetuam o que os GY!BE melhor fizeram. A editora que assume notoriamente este legado é a Gizehrecords com bandas como os A SUN-AMISSA e os RUSTLE OF THE STARS. Estes trabalhos levaram-me a descobrir os também meritórios FAREWELL POETRY. Está aqui muita música boa para descobrir.
Os elementos comuns a estes lançamentos são dois músicos: Richard Knox & Frédéric D. Oberland que merecem ser descobertos, não por quem apenas gosta de GY!BE mas quem aprecia drone e modern classic sempre com qualidade bem acima da média.
Mas nada disto me tinha preparado para o mais recente projeto do Frédéric Oberland, lançado no fim deste ano e que necessariamente tem de constar das adendas das listas dos melhores de 2013: OISEAUX-TEMPÊTE
Oiseaux-Tempête é um álbum denso, volátil, daqueles que pensava não ser possível existir novamente (post-GY!BE) com um baixo de lhe tirar o chapéu e field-recordings que embrulham tudo com uma mestria que já não se ouve à muito. Uma obra monumental que urge ser descoberta primeiro em CD ou MP3 e depois, necessariamente ;), no Amplifest 2014.
Faz-me sentir que o post-rock ainda mexe, mesmo após a interminável espera pelo novo dos Jakob, que parece estar finalmente terminado há 15 horas, e sobretudo quando tudo o que senti faltar no último dos GY!BE estar tão vincado neste trabalho.
— Richard Knox & Frédéric D. Oberland no COLLECTABLES.