Sai um preguinho para a mesa do terraço!
Não terá sido por isso que se notaram alguns vizinhos a espreitar à janela. Esses é mais provável que apenas quisessem uma tarde descansada, para recuperar da barulheira da noite anterior. Se calhar não moram muitos músicos nos últimos andares circundantes, ou teriam assomado à janela de forma regular, cada vez que Hisham “Soft Circle” Bharoocha metia o pé na poça durante uma das suas músicas. Mas enfim, isto é só o começo, e não seria justo estar a dedicar todo o comentário ao concerto a questões técnicas, até porque o que mais se passou entra bem na categoria de entretenimento bem razoável.
Primeiro o que faltou: Faltou ruído e faltou que o psicadelismo de Soft Circle fosse de uma estirpe mais agressiva. Isto talvez porque faltasse equipamento. As músicas eram criadas com a formação inicial de um loop de guitarra e percussão, e depois detonadas pela agressividade da bateria de Bharoocha. Quando se tem uma bateria que não se limita a marcar o tempo, e o faz com força de braços, é certo que nos iremos agitar e sentir estimulados. Ouviram-se sinónimos de pós-rock, psych-rock mais fofinho, trance-rock, e até ritmos que ficariam bem numa discoteca. O que não eram era realmente agressivos e inventivos. Talvez faça bem aos Soft Circle ter mais do que um membro. Até lá, serão apenas uma boa distracção para um Domingo à tarde fora de casa.