Scott Pilgrim vs. the World (2010)
Correio dos leitores: Querido cinemaxunga, há uns tempos o meu marido pediu para lhe meter o dedo no ânus enquanto fazíamos amor e ele disse nunca ter tido um orgasmo tão intenso como nesse dia. Passados um dias pediu-me para ser mais audaz e uma coisa levou a outra e a semana passada os vizinhos chamaram a policia e levaram-nos o casal de contorcionistas vietnamitas especializados em casais, um anão malabarista, um touro mecânico de marca Virix com as extensões Falix 2 e GigaFalus, um conjunto de buttplugs com crina de cavalo em forma de monumentos nacionais e um pé de borracha com meia perna (modelo realista Cristiano Ronaldo com 3 modos de vibração). Tivemos que passar a noite na prisão, coisa que não nos teria incomodado não fosse uma corrente de ar incómoda e persistente. Percebemos na altura que deviamos ter comprado os fatos em cabedal e em vez de PVC que deixa passar o frio. Tivesse trazido a chave das algemas e poderia ter ajudado o meu marido que se viu impedido de protestar devido a um bocal de bola asfixiante (com ventilação assistida, obrigatório pelas leis da UE) e coleira com trela que os polícias insistiram que mantivesse para as fotos. A minha dúvida é: vale a pena ir ver o Scott Pilgrim ao cinema? Ou devo esperar por um dengoso domingo à tarde na TVI?
Cara leitora, em primeiro lugar deixe lhe diga que não sou a pessoa indicada para a aconselhar neste campo, uma vez que não sou grande adepto de filmes com Michael Cera. Aliás, prefiro levar pontapés nas costelas a assistir filmes deste actor e não sou adepto de práticas sado-masoquista como vossa excelência. Não que eu despreze tal actividade, apenas nunca adquiri gosto pelas práticas, mesmo depois de várias tentativas que culminaram numa pelada púbica por combustão acidental.
Mas sendo eu adepto de bandas desenhadas pensei ser capaz de apreciar o filme com em toda a sua magnificência, apenas para perceber que na realidade sou mais velho do que penso porque já não acho piadas a filmes que façam demasiadas referências a videojogos ou ao Dragon Ball.
Achei portanto o filme sensaborão e obsceno para os sentidos e tive realmente pena que o pequeno Scott Pilgrim não tivesse morrido prematuramente no decorrer da sua demanda. Senti muito mais empatia pelos 7 namorados maléficos, nomeadamente a lésbica que me provocou um ligeiro formigueiro no baixo ventre. Posso mesmo afirmar que o excesso de efeitos especiais e a falta de respeito pelas mais elementares leis da física me fizeram sentir um pouco mais queimado por dentro.
Mas se insiste em achar que é jovem e que o estilo de vida de fortes influências de um japão metropolitano e palpitar de mangas e piscadelas de olho recorrentes a hentai, então faça o favor de assistir a esta película mas não me venha depois foder o juízo que foi uma perda de tempo. Vaca!
PS: Apreciei as omnipresentes referências a Smashing Pumpkins, que Deus os tenha…
Post publicado em simultâneo com o CinemaXunga