Também oiço umas coisitas
Envy – Abyssal EP [2007]
Facto: qualquer um dos 4 temas incluídos neste EP poderia perfeitamente ter feito parte do Insomniac Doze, pois as composições estão estruturadas de um modo muito semelhante, não existindo grande variação dinâmica entre elas.
E olha que chatice, vou ter que adorar isto da mesma maneira, entre o cliché dos extremos – da condescendência dos momentos mais serenos à eloquência das explosões épicas.
A antecipação que criam a partir do sexto minuto de A road of winds the water build é empolgante. Por mais trajada que seja a ideia dos crescendos, é impossível não vibrar com o rufar do tambor, sentir a urgência e o aumento da adrenalina, o tremor do climax no intrincado turbilhão de guitarras com as melodias que se cruzam e o desespero apaixonado na voz de Fukagawa.
E olha que chatice, vou ter que adorar isto da mesma maneira, entre o cliché dos extremos – da condescendência dos momentos mais serenos à eloquência das explosões épicas.
A antecipação que criam a partir do sexto minuto de A road of winds the water build é empolgante. Por mais trajada que seja a ideia dos crescendos, é impossível não vibrar com o rufar do tambor, sentir a urgência e o aumento da adrenalina, o tremor do climax no intrincado turbilhão de guitarras com as melodias que se cruzam e o desespero apaixonado na voz de Fukagawa.
Rosetta – Wake/Lift [2007]
Muito estranhamente, este disco não me conseguiu cativar à primeira audição. Pareceu-me arrastar-se numa toada pouco desenvolta. Agora que apanhei um choque e isto bateu, sinto que na altura devia estar sintonizado noutra frequência ou a envolvente espaço/temporal não era a melhor. É difícil compreender a indiferença inicial ao colossal assalto de Red in tooth and claw, o tema que abre o disco.
Agora que vi a luz, Wake/lift figura-se como a perfeita expansão da jornada espacial iniciada em Galilean Satellites [1º CD/parte], onde se sedimentam as bases que deram inicio à conquista, e se prossegue calcorreando atmosferas sónicas que abrem o caminho a novas galáxias. São os samples/apontamentos eletrónicos e os efeitos de guitarra que ecoam no fundo e à superficie da cortina sonora extremamente densa, que conferem à mistura uma atmosfera singular, um espaço para lá do nosso, uma posição geográfica interplanetária, que se permite brilhar na constelação post/art-metal.
Também gosto muito da forma como os berros são empurrados lá para trás, pouco menos que soterrados, e se tentam impor ao superior volume dos instrumentos.
Agora que vi a luz, Wake/lift figura-se como a perfeita expansão da jornada espacial iniciada em Galilean Satellites [1º CD/parte], onde se sedimentam as bases que deram inicio à conquista, e se prossegue calcorreando atmosferas sónicas que abrem o caminho a novas galáxias. São os samples/apontamentos eletrónicos e os efeitos de guitarra que ecoam no fundo e à superficie da cortina sonora extremamente densa, que conferem à mistura uma atmosfera singular, um espaço para lá do nosso, uma posição geográfica interplanetária, que se permite brilhar na constelação post/art-metal.
Também gosto muito da forma como os berros são empurrados lá para trás, pouco menos que soterrados, e se tentam impor ao superior volume dos instrumentos.
Overmars – Born Again [2007]
Mas que viagem imersiva e tenebrosa nos é proporcionada pelo novo registo dos Overmars! Um único tema de quase 40 minutos de pós-doom apocalíptico com um andamento sempre vagaroso e arrastado mas com uma flexibilidade impressionante.
Born again exerce sempre, pelas várias secções em que se decompõem, um ambiente opressivo, extraordinariamente texturado e de indução hipnótica.
As portentosas vocalizações femininas, penso que da autoria da baixista Marion, são arrepiantes, igualmente serenas e retorcidas. Estas Francesas devem pôr qualquer coisa na água [Monarch anyone?].
A Jarboe e os Swans são certamente uma influência tal como os Neurosis da vertente Times of Grace, e eles sabem como utilizar essas influências para criar a ponte perfeita que conduz ao seu tortuoso reino.
Born again exerce sempre, pelas várias secções em que se decompõem, um ambiente opressivo, extraordinariamente texturado e de indução hipnótica.
As portentosas vocalizações femininas, penso que da autoria da baixista Marion, são arrepiantes, igualmente serenas e retorcidas. Estas Francesas devem pôr qualquer coisa na água [Monarch anyone?].
A Jarboe e os Swans são certamente uma influência tal como os Neurosis da vertente Times of Grace, e eles sabem como utilizar essas influências para criar a ponte perfeita que conduz ao seu tortuoso reino.