Theme and variations: a standard form of musical composition consisting of a simple melody presented first in its original form, then repeated several or many times with varied treatment so based on the theme that at least some semblance of its general form is evident

É impossível recusar um convite para o blog da Amplificasom, não por eles serem uns tipos porreiros, mas porque precisam claramente de ajuda. Senão vejamos:

  • Ser do Norte não é desculpa para não se saber escrever “Amplificação”;
  • Passar noites sem dormir para agendar concertos de bandas que ninguém conhece é parvo;
  • Ter de fazer outras coisas durante a actuação e nem sequer poder ver na íntegra o concerto da banda que se trouxe ainda mais parvo é;
  • Esgotar salas e mesmo assim manter preços baixos é não perceber nada de um princípio económico tão básico como o de oferta e procura;
  • Saber organizar tudo como deve ser e escolher locais pequenos em vez de trazer estrelas pop às grandes salas é ter gosto em ser pobre;
  • Disponibilizar acesso gratuito a um site que tanto trabalho dá a manter é ser pobre E gastar dinheiro.

A sorte deles é que as associações de psiquiatria ainda não consideram a musicofilia um transtorno mental, mas isto não são comportamentos de indivíduos conformistas e bem-integrados na sociedade. Só alguém com um amor genuíno à música consegue dedicar tanto tempo da sua vida à arte e aos artistas que admira.

Apesar de me ter apercebido de que ouço música de uma forma um bocado atípica, partilho esse sentimento. E é ao escrever sobre música que descubro novos aspectos a valorizar, novos detalhes em músicas que pensava conhecer do início ao fim, e até novas bandas, porque percebermos porque é que gostamos de certos artistas torna muito mais provável a descoberta de artistas semelhantes, mesmo que se situem em épocas ou géneros diferentes (se gosto do desenvolvimento das composições de post-rock posso gostar da estrutura das sonatas de Beethoven, se gosto dos padrões rítmicos dos Meshuggah posso gostar da música do Bali, se gosto da grandiosidade dos Ufomammut posso apreciar Wagner). Dizem as más línguas que “escrever sobre música é como dançar sobre arquitectura”, mas não concordo de todo com isso e explicarei o porquê durante as próximas semanas. Agora basta referir que essa frase é atribuída a Martin Mull, mas que antes dele alguém dissera “escrever sobre música é como cantar sobre economia”. Bem, isso já foi feito, por isso nada me impede de começar a mandar bitaites. Vemo-nos na próxima quinta.