The Angelic Process – Weighing Souls With Sand [2007]

Há uns tempos atrás, uma notícia que rejubilava em antecipação da edição do novo álbum dos the Angelic Process despertou a minha curiosidade. Não me lembro de ter ouvido falar deles anteriormente, e fiquei a saber que já por aí andam há uma data de anos. Na altura, como ainda não se arranjava o novo álbum, tratei de coisar o anterior, mas vá-se lá saber porquê não o cheguei a ouvir.
Quando me deparei com este disco [3º álbum] e o pus a tocar, 5 minutos foram suficientes para antever que o conteúdo aqui esculpido seria realmente algo do meu agrado. É um daqueles discos que contêm os atributos necessários para me agarrar desde os primeiros instantes. Com uma combinação sónica que se orienta por diferentes pólos emocionais, a referência a nomes como Gosflesh, Swans, Nadja, My Dying Bride, Boris, My Bloody Valentine, Mono e Neurosis, ilustra a magnitude da experiência sensorial que se consegue extrair daqui. A forma como os instrumentos se fundem num vasto manto embaciado, criando composições em que quase todas as texturas mais cintilantes se encontram camufladas por entre as densas camadas de distorção pintadas a tons de cinzento, resulta numa atmosfera com uma aura simultaneamente majestosa e opressiva. A manipulação das vozes e da precursão enquanto as torna vibrantes, também as soterra na turbulência dos drones, obrigando-as a clamar em manifestações gritantes por uma réstia de espaço que lhes é concedido nas passagens mais etéreas, antes de serem novamente repelidas pela lenta cadência dos impenetráveis riffs.
Já é um dos discos do ano! Agora vou tratar de conhecer a restante discografia.