The Ascent of Everest – How Lonely Sits the City [2006]


The Ascent of Everest – How Lonely Sits the City!? Pelo nome da banda e título do disco ninguém diria que estamos perante uma entidade post-rock instrumental/experimental! Talvez a simplicidade da capa e o facto de as músicas terem mais de 10 minutos servisse de pista.
Oriundos do Tennessee, juntaram-se há menos de 2 anos e contam com 7 elementos na sua formação. Guitarras, baixo, bateria, violino, violoncelo, outros instrumentos de cordas, bateria, instrumentos de precursão e piano servem para produzir um barulho arrebatador.
A associação a GY!BE é inevitável e imediata, além das referências externas à música, há vários motivos para ela ocorrer: as secções de cordas, os crescendos vagarosamente construídos, a sinfonia sónica, o difuso discurso político em A Threnody (For the Victims of November Second) sobre uma ambiência sombria… Mas desprendam-se de preconceitos, mesmo que alguém veja este álbum apenas nessa perspectiva, não pode negar a qualidade destas composições ou estará a ser indolente. E afinal de contas as fronteiras do post-rock não estão delimitadas, o espectro sonoro pode ser identificável com exploradores passados, mas, apesar de não extravasarem para caminhos inexplorados, todos os fragmentos se encaixam na perfeição. Da aura sentimental dos arranjos isolados para o poder catártico da aglomeração em uníssono, todos os ruídos se notabilizam. Os instrumentos de cordas ecoam a sua beleza clássica nas partes delicadas mas também se tornam abrasivos quando a intensidade do momento assim o exige.
No último tema questionam-se e profetizam If I Could Move Mountains. Não há como evitar a ascensão. A mensagem dos tAoE é de esperança e a qualidade deste disco é uma certeza. Não é bom, é muito bom.