The Joy of Nature

Hoje cheguei tarde ao emprego; acordei tarde, atrasei-me a passear a cadela e por aí fora… felizmente, graças a esse atraso, cruzei-me com o carteiro que me trazia no bolso (salvo seja) o “The Shepherd’s Tea at 7” dos Joy of Nature.

Não sei se conhecem este projecto (de uma pessoa que por vezes se faz acompanhar de mais) açoreano, mas é realmente uma das pérolas do psy-folk/experimental/ambiental nacional, sem mais nem menos.

Já conhecia o trabalho do Luís Couto noutras encarnações também – os Post Crash High e os Aquarelle por exemplo – mas Joy of Nature é-me particularmente caro.

Gosto das melodias serenas e leves, do onirismo sempre presente nos seus trabalhos e gosto da maneira como toca(m).
Não sei se é dos ares atlânticos, ou por vir de uma terra onde os mistérios abundam, mas estas músicas parecem-se sempre impregnadas de uma certa bruma que dissipando-se revela, a pouco e pouco, uma grande beleza e os dotes de composição do Sr. Couto.

Muito bonito.

Eu gosto de ouvir músicas do novo folk – por isto entenda-se tudo o que veio por volta dos 90’s para a frente – e não serão poucas as bandas certamente – mas a mim, de toda a oferta, os que mais me marca(ra)m são mesmo “clássicos” como o B’eirth dos In Gowan Ring e o Devendra Banhart (há mais, sim, mas não vou falar deles agora).

Nem vamos falar de toda a cena neofolk… clones de clones de 3 ou 4 bandas.

De qualquer maneira, as melodias folk deste nosso amigo luso estão ao nível do Devendra ou do B’eirth – sendo que musicalmente mais próximo deste último talvez – e é sempre bom e bonito constatar que cá nos nossos lados também se sabe tocar guitarra porque, apesar de tão antiga tradição folclórica termos na nossa terra, parece que os nossos músicos não estão muito inclinados para experimentar nestes campos que, musicalmente, são riquíssimos.

Podendo, dêem um saltinho ao MySpace deles para mais infos, ou à página do Bandcamp deles, onde podem ouvir estas e outras músicas e comprar, se assim for a vossa vontade.