The Ocean – Heliocentric [Metal Blade 2010]
Um pré-aviso para todos aqueles que ouviram o Precambrian: estes The Ocean mudaram de pele e reinventaram-se para gravar Heliocentric. Ter um colectivo – e reforce-se a palavra colectivo – haveria de dar para isto.
Não esperem, de todo, um Precambrian: todo o metal extremo usado pela banda foi deixado de parte, assumindo influências – óbvias- de bandas como Isis e Cult Of Luna (andaram em tour, percebe-se). Mas essas influências foram estudadas e depuradas e os The Ocean souberam formar uma nova sonoridade própria (não têm discos iguais, o que é óptimo). Esperem de tudo aqui: arranjos soberbos com pormenores deliciosos (violinos e saxofone à mistura), peso à la Cult of Luna, toques progressivos de muito bom gosto (King Crimson na fase Red) e… uma balada ao piano(!). Aliás, há faixas relativamente rádio-friendly, principalmente no que à voz diz respeito. Será só de mim e de acordar cedo para trabalhar ou este Loic Rossetti faz lembrar Jeff Buckley e Anthony Followill (Kings Of Leon)? Dá aos The Ocean um toque que se vai repetir ao longo deste álbum: um quê de sonoridade FM aqui e ali (vide Metaphysics Of The Hangman).
Pese a óptima produção e mais um conceito devidamente explorado e aprofundado (uma vénia a isso e ao artwork divinal), estes “novos” The Ocean vão ter direito a opiniões dividas. É um disco que requer várias audições e pode ser um grower, definitivamente de amar ou odiar.
Quanto a mim, é um bom disco, com peso e medida. Mas eu, que sou do metal, prefiro o Precambrian.
Crítica: antónio m. silva