Witchcraft – The Alchemist [2007]

Este álbum, tal como os dois anteriores dos Witchcraf, é daqueles em que faz sentido pegar no vinil e dar umas voltas no gira-discos. Com a produção retro a manter a tonalidade arcaica, até a versão em Cd deveria ser impressa em acrílico ou plástico preto. Quem conhece o trabalho destes senhores a norte certamente que já espera aterrar nas redondezas da década de 70 do século passado, mas para o ouvinte mais distraído a certeza destas músicas terem sido gravadas este ano parece uma convicção parva. Independentemente da data que o calendário marque, o que importa aqui é saber se isto é bom ou não e se porventura eles se conseguem demarcar mais das influências. E eu cá acho que The Alchemist atreve-se a enfatizar a sonoridade Witchcraft em detrimento do óbvio duelo supremo Black Sabbath/Pentagram.
Continua a não ser difícil dar de caras com Sabbath, os Riffs da Hey doctor não escondem nada, mas apesar da matriz não se distanciar muito, os horizontes alargaram-se claramente para algumas pastagens prog, folk e mais hard-rock. A secção rítmica fornece um suporte mais volumoso, e não menos importante que os Riffs é a harmoniosa ligação entre as guitarras, alternando o ritmo com pequenos solos e leads que se fazem ouvir por todo o disco, pontualmente intercalados com sintetizadores analógicos como é exemplo If crimson was your colour. E Remembered até nos presenteia com um solo de Saxofone.
A veia mais prog é particularmente saliente no tema épico que dá título ao álbum e aí também se podem encontrar passagens acústicas lindíssimas. A melodia vocal de Magnus Pelander é um dos elementos fundamentais tal o enquadramento perfeito com a música. Em Samaritan burden tem um timbre que me lembra o Maynard James K e a própria estrutura atmosférica acaba por lembrar Tool.
Os Witchcraft dão-lhe com a alma e estão-se a tornar verdadeiros alquimistas, arriscam-se a converter metal em ouro.