Artwork by André Coelho
De um lado o lobo, do outro a serpente. A dualidade do espírito animal dos Wolvserpent reflecte-se na sua música, em particular no mais recente trabalho Perigaea Antahkarana: as planícies oníricas pintadas pelos violinos e pelos samples – ouçam-se os corvos, o vento, o fogo – transformam-se, como se ali caísse a noite, num negrume sufocante de drone e doom – sempre com uma abordagem naturalista à sua arte. É assim que, apenas duas pessoas, se desdobram em algo tão grandioso quanto só as intenções, imaginávamos, podiam ser: uma banda que nos pesa com os seus riffs doom, que absorve toda a luz com melodias pagãs tão à moda do black metal, e que ainda impregna o ar com a esperança dos drones de Godspeed You! Black Emperor. A sua estreia absoluta em Portugal, apontada para o Amplifest, reserva-se como algo especial.
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Wolvserpent is definitely one of the most intriguing cases in music: how can two people alone be so many things at the same time? How is it possible to just a guitar, a violin and a drum kit loop our minds into terror and drone it into nature? We surely know they weight over you with heavy doom riffs; absorb light with pagan black metal melodies and stench the air with hope-filled drones like Godspeed You! Black Emperor. Safe and sound doesn’t cut it for these two: they actually take a chance on making something as big as their intentions. And, amazingly, Wolvserpent deliver it. It takes but one close listen to “Perigaea Antahkarana”, their latest full-length, to feel Wolvserpent’s poetic wrath. It will be a performance to remember!