Anjos & Demónios: a primeira parte
Eu confesso que a sinopse da editora me deixou confuso e sublinho pouco do que foi dito. As referências aos tuaregs Tinariwen, por exemplo, foram exageradas. Ou serão apenas uma inspiração? Esperar-se-ia uma grande diferença sonora se assim fosse e a verdade é que os Earth têm-se renovado, tirando o hiatus pré-Hex, com desvios e alterações subtis. Com o mestre na sua melhor forma e Lori e o seu violoncelo, é o que acontece. A sua presença, mesmo com a Fender Telecaster de Dylan a liderar, não é apenas simbólica e verificamos isso mesmo em temas como a “Hell’s Winter” onde transporta toda a melodia do tema.
De qualquer maneira, seria erro crasso limitar-me a analisar (salvo seja) este disco, este belíssimo disco, por aquilo que foi dito e não por aquilo que transmite a nível musical. Os Earth são A banda deste espectro e um carinho especial por eles mora aqui. Prometo que não influencia qualquer opinião, mas se por aí ainda não rodou, preparem-se para um dos melhores discos dos últimos tempos. Sempre um prazer.